por Benjamin Teixeira.
Julho de 1988… 16 anos! Parece, de fato, um conto de fadas… Aquele ser distante, diáfano, quase inatingível, tornou-se uma alma íntima, uma amiga de todas as horas, alguém próximo de mim diuturnamente, e, para meu grande constrangimento, mas enorme gratidão e segurança, companheira de trabalho e orientadora leal de todas as atividades a que me dedico. Graças a Deus, porque, pela natureza delicada das tarefas que desdobro, conduzindo almas, orientando consciências, esclarecendo rumos existenciais, e numa dimensão que atinge todo o Brasil e além fronteiras, não seria possível não errar a toda hora e barbaramente, não fosse a assistência contínua da amorável mentora espiritual.
Naquela noite longínqua da década de 80 do século passado, fui dormir pedindo orientação aos “meus amigos”, como chamava, pretensiosamente – suponho hoje – os guias espirituais, e acordei fora do corpo, com aquela senhora alva, de cabelos pretos, a me conduzir numa magnífica viagem psíquica a várias centenas de quilômetros de distância, até o interior de Pernambuco, falando-me de coisas do futuro, que se concretizariam apenas uma década mais tarde (descrevo-a em detalhes em outros artigos publicados neste site). Foi a primeira vez em que minha memória da presente encarnação registra um encontro direto e consciente com o espírito da amável e sapientíssima Eugênia.
São agora 3:50 h do domingo, e, fechando um livro, perguntei à hoje, como disse, íntima figura de Eugênia: “Posso escrever sobre este aniversário importante? Está tarde demais para isso?”. Ao que a profunda e doce voz de Eugênia respondeu: “Se quiser, meu filho, pode.” (Eugênia fala comigo, normalmente, como se houvesse um aparelho de telefone celular instalado no centro do meu crânio, e seu tom e “vibração” são inconfundíveis, quando não se comunica por psicografia, que é, de fato, o meio mais comum de interação entre nós dois). Ela nunca coage, propõe ou, quando quer dissuadir-me de algo, em vez de proibi-lo, insinua-mo. Há pouco mais de duas horas, num outro momento em que parei para tomar fôlego em minhas atividades da madrugada, senti-me só e lembrei-me de uma amiga querida. Perguntei então a Eugênia: “Penso em convidá-la para sairmos. Dar uma volta à beira mar, conversar…”. Ela então retornou com um: “Se o seu coração pede, é importante ligar.” “Será que ela estará acordada?” – interroguei novamente, no escrúpulo de não ser inconveniente. “Sim”, respondeu-me Eugênia. Telefonei, a amiga estava realmente acordada, mas tinha um compromisso para logo cedo e, gentil, pediu que deixássemos para outra ocasião o passeio. Sábia, Eugênia não antecipou a resposta da minha interlocutora, embora lhe fosse isso extremamente simples, deixou-me passar pela experiência de ligar, permitindo que a outra parte usasse seu livre-arbítrio para decidir sair ou não, como também não me impediu de vivenciar a experiência da desilusão, que é parte indissociável da existência de todo ser humano. Retornei para ela. “Eugênia, sinto falta de falar com alguém da família espiritual. Quer me sugerir alguém? A esta hora, ‘tá um pouco difícil ter alguém próximo acordado” (Eram quase 2h da manhã, a essa altura) Ela então respondeu-me: “Ligue para (…). Vai se sentir melhor ao falar com ela, por telefone.” (A moça sugeria por Eugênia reside em outro estado, eis porque sequer poderia propor um passeio no meio da madrugada) “Eugênia – respondi eu, um pouco perplexo – Fulana, a esta hora??? Estará acordada?” “Está” – respondeu Eugênia, ternamente. Telefonei, conversei por pouco mais de cinco minutos. Estava um pouco restabelecido emocionalmente, e, inobstante um pouquinho triste por não ter tido companhia para dar a voltinha na famosa orla aracajuana (sem descer do carro – é claro! (risos)), senti-me confortado e voltei ao trabalho. De fato, era necessário eu voltar. Reflexões importantes acontecer-me-iam madrugada a dentro.
Relatei esse prosaico episódio de comunicação com Eugênia, que me aconteceu nas últimas horas, para dar uma idéia de como hoje se processa minha rotina mediúnica. A voz da poderosa mente de Eugênia, que ressoa no íntimo de meu crânio, como disse, pode rapidamente, se a situação exigir e após eu fazer uma rápida concentração, ser incrementada com outros canais de comunicação, e sinto como se, em vez de um celular comum conectado à base de meu cérebro, estivesse meu encéfalo acoplado a um “vídeo-celular tridimensional” e passo a ver Eugênia, onde ela estiver (mergulhando em seu ambiente como se estivesse lá, de frente para ela), seja em Andrômeda, cidade astral próxima a Aracaju, ou em qualquer outro lugar que ela deseje apresentar para mim. Comumente, além de sua voz e vibração inconfundíveis, da minha tão amada mãe do espírito, orientadora sábia e serena, mais outros três ou quatro canais psíquicos se abrem, concomitantemente (esse é o sistema mais comum de comunicação, normalmente conjugado à psicografia e à psicoaudiência). Acho, realmente, uma delícia estes momentos. É a parte em que poderia dizer que sinto deslumbramento com o fenômeno propriamente dito, como se estivesse operando (ou sendo operado) um quite multi-mídia psíquico, ultra-incrementado, e, assim, posso, ao mesmo tempo: ver, ouvir, sentir a mente e as emoções, psicografar e semi-incorporar Eugênia. Quem estivesse perto de mim, talvez considerasse esdrúxula a cena, porque é como se a própria Eugênia estivesse teleguiando meu corpo, que digita sobre o laptop – tudo isso sem eu perder a consciência: é um “super-barato”, com se diria na velha gíria dos usuários de drogas (risos). Afora tudo que estou percebendo internamente, as expressões do rosto e mesmo o tom da voz (geralmente sussurrada para dentro, numa sutil pantomima – lembrem-se que a estou “semi-incorporando” também) já são de Eugênia. É quando me sinto realmente feliz. Só ela, realmente, me faz feliz. Se passar um, dois ou três dias sem esse contato, começo a me sentir amargurado e infeliz. Depois de ver a Luz… quem quer viver em trevas? Por outro lado, sendo tão atacado pela treva – pela dimensão mastodôntica do projeto Salto Quântico – como poderia sobreviver mentalmente são, sem ela? N’outros momentos, mais técnicos, para receber textos mais complexos, nossas mentes se fundem, embora paradoxalmente continuem independentes uma da outra (o que propicia os diálogos mediúnicos que publico neste site, por exemplo) e, assim, escrevo por ela, porque, simplesmente, é como se a mente dela fluísse pelos corredores neuronais do meu cérebro, automática, naturalmente… – outra delícia vibratória: duas mentes operando harmonicamente, num mesmo cérebro. Não acredito que um porre possa ser mais “gostoso” (embora continue e preze permanecer virgem da experiência de me embriagar). Além do quê, canalizando Eugênia, em seu aspecto mestra-sábia, sinto, com clareza indiscutível, estar cumprindo o propósito de minha vida, o motivo de ter vindo ao mundo, na presente reencarnação, e me gratifico profundamente ao ter consciência de que as idéias, o pensamento, o coração de Eugênia constituem um grande estímulo evolutivo e conforto para milhares de criaturas, mudando para melhor, visceralmente, incontáveis vidas, como tanto tem acontecido no correr dos anos. Nestas circunstâncias, vejo-a, ouça-a, sinto-a, mas não a todo tempo. As idéias dela e a grandeza de seu pensamento me “possuem” de modo prioritário, e fico hipnotizado por seu fluxo brilhante de raciocínios e conceituações. É o que, em diversos momentos, parcialmente, faz a mentora comigo, quando em minhas aparições públicas, como os programas de TV (transmitidos em rede para todo o país) ou mesmo quando profiro palestras (tenho notado acontecer freqüentemente também quando converso com as pessoas e as aconselho), às vezes conduzindo a maior parte do que digo, e, além disso, dando um certo tom especial a essa ou aquela frase ou enunciado, ou conferindo um certo brilho no meu olhar que não é meu; mesmo porque, quando “atuo” em público, de fato não sou mais eu mesmo apenas, mas um representante das inteligências do mundo invisível.
Humilde, Eugênia, mesmo sendo o grande gênio-anjo do Plano Superior, mentora de mentores, guia de guias espirituais, anjo entre anjos (pela dimensão do projeto), não se incomoda em dar sugestões sobre questiúnculas e trivialidades do cotidiano, para facilitar o fluxo da minha vida, sobremaneira nas minhas áreas de maior deficiência, como ajudar-me a escolher o que vestir, para solenidades públicas (o que detesto e para o que tenho grande dificuldade) ou para confortar-me ou conduzir-me em dilemas da vida diária, no trato com pessoas ou em angústias internas, decorrentes do contato com energias deletérias provenientes de desencarnados ou encarnados em estado de perturbação. Mas, com responsabilidade, jamais me responde a questões que aventure propor a ela, que firam meu livre-arbítrio pessoal ou de alguém, por mais simples que pareçam. Por fim, ela, que não se incomodou em “reduzir-se” a dizer: “Não, abra o armário da direita, a camisa do canto esquerdo… sim, a verde.”, é a mesma que, com verve e didatismo impressionantes, discorre sobre questões espetacularmente complexas e intricadas, nas mensagens que aponho no site, diariamente, para acesso gratuito da coletividade.
Tenho hoje muitas experiências espirituais com Eugênia e seus amigos que me são completamente proibitivas trazer a público. Algumas por expressa ordem deles mesmos. Outras, por pudores meus, já que se tratam de mimosas questões íntimas, momentos sagrados do coração e da alma, que só a mim, a eles e a Deus interessam, pudor este (eis porque o uso desta palavra) que se assemelha muito àquele constrangimento que se tem em relação a questões sexuais íntimas – assuntos do espírito que só dizem respeito a mim. Assim, por não serem de interesse comum, algumas delas revelo a amigos mais achegados, e outras, simplesmente, ficam guardados na câmara secreta do meu coração, e irão comigo ao túmulo e à outra vida… Entre as vetadas por ela e seus amigos à publicação, figuram assuntos diversos que surgirão como grandes verdades incontestes dentro de 50, 100, ou, como diz Eugênia: 150 anos, mas que hoje soariam algo entre ridículas, absurdas ou chocantes – em suma: contra-producentes, assim como todas as revelações extemporâneas.
Os guias e protetores espirituais, os anjos da guarda, os entes queridos desta ou de outras vidas nos amparam sempre, e posso dizer, de coração: é o que me permite realizar a obra a que devoto, porque, na dimensão que vai hoje, simplesmente já teria colapsado mentalmente, além de sequer ter chegado aqui. Se você não é médium ostensivo, posso garantir, tão seguramente como estou agora dedilhando ao computador: continua sendo protegido e inspirado pela Luz Divina, Infinita Bondade, e Seus representantes amorosos e sábios, e pode apreender-lhes as sugestões, pelo hábito da prece e da meditação, atento à voz da consciência e de suas intuições (através dela, seus guias falarão a você.)
A Eugênia, doce mãe espiritual que dá cobertura, inspiração e orientação ao Projeto Salto Quântico e a milhares de pessoas por todo o país e fora dele, meu muito obrigado, que chega ao espírito de reverência, devoção e êxtase, porque é você, Eugênia, quem, nos momentos mais agudos da dor, como nos mais culminantes da conexão com o Divino, fala-me, em nome d’Ele, e diz-me, terna e serenamente, para mim e para todos que me seguem: “Está tudo bem… Está tudo cada vez melhor…”
Estenda, prezado amigo, esta típica frase eugeniana à sua vida, resguardando-a e vivendo-a no imo do seu coração, e assome-a ao ditado chinês: “Tudo, por fim, acaba bem. Se não está bem, não chegou ao fim.”
(Texto redigido em 11 de julho de 2004.)
(*) Tive alguma resistência em publicar este artigo, apesar da anuência dos bondosos mentores espirituais. Afinal, no espaço de uma única semana, este é o terceiro texto auto-biográfico que trago a lume. Falando com uma querida amiga, lembrei-me, entrementes, de como, antes de ser um médium ativo (trabalhando sistematicamente com a mediunidade), eu lia avidamente relatos desta natureza. E como os que acessam este site, em sua expressiva maioria, são seguidores ardorosos da grande mentora desencarnada e amigos (à distância ou proximamente) deste médium carente de juízo, eis que me decidi por publicá-lo. Espero que seja útil, de alguma forma, ou que, ao menos, constitua um momento de deleite para os prezados leitores.