Estimado(a) amigo(a):
Se você adentrou o mar alto das grandes buscas espirituais, se já se introduziu na trilha escarpada e íngreme do avançado processo de autoconhecimento e, por conseguinte, de amadurecimento psicológico em nível mais elevado, para os padrões relativos do orbe, indubitavelmente faceia e faceará perigos e desafios mais complexos que os dramas e enigmas primários dos que se contentam com o calor tépido e primitivo do vale emocional humano.
Todavia, caro(a) irmão(ã) em Ideal espiritual-cristão, jamais converta a percepção de riscos externos e o reconhecimento de vulnerabilidades internas em armas contra si mesmo(a) e seu trajeto de despertar, ser feliz e realizar-se em profundidade. O medo deve se transfundir em combatividade pelo bem, assim como o sentimento de falibilidade, em critérios mais rigorosos de autoanálise e autofiscalização.
O medo e a culpa constituem poderosas portas de acesso aos agentes diabólicos da desagregação, da desordem, da desarmonia, da angústia, do mal como um todo.
A ausência de ambos, em contrapartida, indica desequilíbrios e limitações graves na alma, qual (no caso da temeridade) a falta de introvisão a respeito de situações ou pessoas, ideias ou escolhas de vida que configurem abertura a veredas de seriíssimo desvio da rota do bem e da felicidade, ou (quanto à dificuldade em sentir culpa pelo mal cometido ou pelo bem não realizado) o embotamento da inteligência emocional-intuicional, que obsta e mesmo bloqueia o exercício nobre do juízo de valor, imprescindível à sanidade mental e moral de um indivíduo, com desastrosas consequências na sua e nas vidas de tantos mais que lhe sofram a influência, direta ou indiretamente.
Ou seja, um ponto de equilíbrio, ainda que dinâmico, flutuante, instável, deve ser continuamente perseguido e experienciado, no trato com esses dois melindrosos fatores da condição humana.
A chave para a resolução desse drama nevrálgico da alma? Aquela que destrava o abençoado portal para dois outros elementos-vivências do espírito humano, casados a mais dois outros que os fortalecem e, com isso, blindam o(a) buscador(a) autêntico da Espiritualidade contra as formas mais nefastas e irreversíveis de desencaminhamento das sendas da “Verdade”, do bem, da sabedoria, da paz.
Os dois primeiros: (1) espírito de serviço ao semelhante, com a aplicação de recursos e vocações pessoais; e (2) confiança irrestrita no suporte e inspiração da Divina Providência, nesse sagrado mister, em meio a todos os naturais percalços e tropeços que se encontrem vida afora.
Os dois outros: (3) perseverança inquestionável em atender aos dois anteriores e (4) alegria-grata na oportunidade de ser útil e servir ao Alto, a Algo Maior que o tacanho e torturador ego-animal.
Aplique, prezado(a) amigo(a), com atenção aguçada e compromisso ferrenho, essa nossa proposição de filosofia de vida. E, com (5) oração diária e (6) apoio de pessoas com quem entreteça afinidades de princípios e objetivos – mais duas poderosíssimas ferramentas “garantidoras” do êxito –, notará, paulatinamente, sua vitória sobre pensamentos, emoções ou comportamentos autodestrutivos, ao mesmo tempo que perceberá gradativo mas constante avanço da segurança em si próprio(a) e da confiança incondicional no(a) Criador(a), ao divisar, feliz, sinais inequívocos de seu progresso, em todas as áreas de sua existência.
Espírito Eugênia-Aspásia
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar
Aracaju, 2 de maio de 2017