Benjamin Teixeira
pelo espírito Roberto.
Você se acha esperto, não? Será mesmo?
Vou lhe fazer algumas perguntinhas elementares. Depois disso, voltamos a essa premissa.
Você é feliz? Não? Então você está doente e é meio louco também. Ser feliz é uma realização primária para quem tem um mínimo de inteligência. Dar desculpas para não ser feliz raia o delírio.
Você já realizou o que sente ser sua missão na Terra, ou pelo menos está em processo de realização? Ah… não sabe o que está fazendo ou o que veio fazer na vida? Bem, eu tenho que me conter para não rir se ainda se acha esperto… Até o insetos sabem o que fazem… Dê uma olhadinha num formigueiro.
Você ama sinceramente alguém? – já preencheu seu coração com a linfa do amor puro? Não conseguiu amar verdadeiramente alguém? Céus… então você não conseguiu sair do universo infantil da amamentação. Só você lhe interessa… Como pode supor que já conseguiu esquadrinhar o universo com mente tão limitada?
Você já salvou ao menos uma vida? Você ajuda os outros, é útil à humanidade e ao bem comum? Ah… isso é função do Estado ou está muito ocupado com suas questões? Bem, você não é propriamente esperto… é inútil, um parasita social que atrapalha o caminho da realização do bem comum. E a coletividade, meu chapa, é o que realmente importa. Qualquer um que desapareça do mapa é substituído sem problemas, por mais se julgue alguma coisa. Você e eu, brother, queiramos ou não, como indivíduos, não significamos patavina…
As grandes perguntas da vida já lhe foram respondidas: quem é, de onde veio, para onde vai, qual o propósito da sua existência? Não tendo essas respostas você não é inteligente, nem sábio, porque sequer fez a conquista essencial da lucidez, o alicerce para um mínimo de senso e de consciência das coisas: saber quem é e sua própria razão de viver.
Sente-se conectado a Deus e às Forças que O representam? Não? Então você é um esquizofrênico cósmico, alienado da realidade fundamental do universo: de que tudo está conectado a tudo, o tempo inteiro… Assim, você, de fato, anda meio ou seriamente doente, meu chapa, tanto mais quanto mais se achar dono do pedaço, e eu lhe sugiro se cuidar urgentemente…
Se você respondeu negativamente a um único desses tópicos, eu lamento dizer que não é esperto. É espertinho, talvez… ou um candidato a tomar juízo… E se me disser que ninguém preenche totalmente essa lista na Terra, eu vou rir gostosamente de você e lhe dizer: como você é tolinho!… Não sabe quanta gente melhor que você circula a seu lado, sem que note, por estar tão cheio de si, ridiculamente cheio de si, andando vida afora como um espetáculo patético para quem realmente já despertou, um simulacro de sucesso, um espantalho humano de sorriso artificial, um palhaço tragicômico e de mau gosto a se sentir superior ao seres iluminados com quem cruza caminho, cheio de pose e desdém…
(Texto recebido em 21 de dezembro de 2001.)