Benjamin Teixeira
pelo espírito Renato B.
Pediram-me viesse aqui registrar meu parecer sobre a vida e o espírito. Não sou homem de sabedoria, e creio que só possa dizer que nada acontece por acaso – desculpem-me ter que reiterar o clichê –, mas que nos cabe tornar produtivos esses “acasos”, pelo uso consciencioso de nosso poder de escolha pessoal.
Quando completei 18 anos, em minha última existência, que aconteceu no Brasil, ingressei no serviço militar, e descobri que seria um bom meio de me ver livre da fome que grassava do lado de fora dos quartéis, no cruel mundo civil das cidades do país, na primeira metade do século passado. Lancei-me no meio militar, para fugir da miséria, mas, insuspeitada e involuntariamente, encontrei educação, disciplina e um ideal pátrio que me empolgou o espírito a servir à comunidade.
Não tinha nenhum propósito elevado de realizações em prol da coletividade, antes de descer ao plano material de vida, mas me disseram, ao retornar à dimensão extrafísica de existência, que voltei em excelentes condições espirituais, já que, para meu nível de necessidades evolutivas e de responsabilidades que me podiam ser confiadas, fiz muito pelo bem comum.
Como não somos seres de Luz, Deus utiliza nossas paixões, medos, misérias, decepções e amarguras, para construir a nossa e a felicidade de muitos. Mas o livre-arbítrio de que somos dotados pode atrapalhar o “meio de campo” da Graça Divina, que nos respeita a inviolabilidade da liberdade individual. Por isso, se você quer acertar mais e errar menos, proponho-lhe tão-somente esse princípio: trabalhe muito, trabalhe com foco na utilidade ao bem de todos, e estará, direta ou indiretamente, aperfeiçoando seu espírito e fazendo o melhor ao seu alcance, com as oportunidades que lhe estiverem sendo ofertadas, através da inaquilatável bênção da reencarnação.
(Texto recebido em 13 de agosto de 2007. Revisão de Delano Mothé.)