Depois de perceber a insensibilidade e as cobranças injustas da parte de seus(suas) alunos(as), pela enésima vez, a professora respirou fundo e sorriu sem graça… Percebeu que não adiantaria se defender.
Afinal, era um reformatório. Seus(suas) jovens estudantes eram infratores(as) contumazes, em processo de reeducação.
Como teriam condições de lhe enxergar o sincero propósito de servir, sem intenção de recompensa, por quase se sentir mãe de seus(suas) pupilos(as)?
Como teriam empatia com sua disposição de se dar a uma causa, pelo gosto de ser útil e ajudar as pessoas, ainda que ao preço de se prejudicar diante do olhar alheio, sistematicamente, desde a tenra juventude?
A professora em seus anos maduros, então, ajeitou a cabeleira grisalha, qual se recompusesse as próprias forças, e reiterou aos(às) discípulos(as), após breve silêncio, o que já lhes dissera em palavras semelhantes, noutras ocasiões, movida por distinta dama desencarnada que a conduzia, pela inspiração, em seu sagrado mister do magistério:
– Sim, é possível, sempre, mesmo neste mundo de contradições e maldades, uma vida de integridade e devotamento à vocação. Em última análise, ainda que com conflitos e provações, não há como sermos felizes, em profundidade, sem atendermos a esse apelo sagrado do Espírito que todos(as) somos!…
Gustavo Henrique (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
New Fairfield, Connecticut, EUA
31 de outubro de 2018