Devemos nos aplicar em servir ao bem, para que o mal não ocupe a lacuna de nossos corações, encharcando-nos de vilezas e padecimentos imprevisíveis. Ou monge(ja) ou monstro(a)1 – já dissemos isso alhures, noutra ocasião.

Entrementes, tomemos aqui uma perspectiva mais realista e psicologicamente mais madura sobre a temática.

Há sempre um resíduo de mal na criatura humana, e essa face sombria deve ser integrada conscientemente, quanto possível, ao bojo da psique, compondo-lhe as estruturas ordenadas para o bem.

Urge compreendermos a necessidade de assimilação de ambos os aspectos arquetípicos da alma, por assim dizer – o(a) monge(ja) e o(a) monstro(a) –, a fim de executarmos um plano efetivo de síntese entre os dois.

Para propiciar e fomentar essa fusão psíquica de suma importância, no cotidiano de todo(a) autêntico(a) buscador(a) da Luz, de modo que a nau de sua existência e de sua jornada à transcendência não soçobre, no mar alto das vicissitudes e contradições da condição de falibilidade humana, propomos um paradigma unificador e prático: o do(a) monge(ja) guerreiro(a).

O(a) monge(ja) guerreiro(a) é focado(a) no bem, mas também disposto(a) a agir com firmeza, assertividade e mesmo severidade, sempre que sua consciência lho peça, ainda que contrariando frontalmente convenções estabelecidas, antepondo-se a conceitos e diretrizes tradicionais de comportamento, de religião ou de dignidade social.

Eugênia-Aspásia (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
New Fairfield, Connecticut, EUA
25 de janeiro de 2019

1. Referência ao artigo intitulado  “Ou monge(ja) ou monstro(a)”.