Você deveria ser feliz. Se não percebe a imensidão, em número e valor, das graças que o(a) circundam, você porta alguma ordem de distúrbio cognitivo, de grau indefinido, que o(a) faz ver com lentes desfocadas a realidade em que está inserido(a).
Ninguém, de sã consciência, fará apologia a atitudes acomodatícias, passivas, irresponsáveis, eventualmente criminosas, típicas de quem se recusa a enxergar o mal, onde se encontre, e a envidar esforços por combatê-lo, transcendê-lo e gerar o bem em seu lugar.
Eis o busílis da questão: o mal é parte indissociável da condição humana, e o combate em favor do bem configura o melhor método ou a estratégia mais eficaz de se resolverem problemas de qualquer escala ou natureza – noutras palavras: o foco pragmático na descoberta ou na geração de soluções.
Para otimizar esse movimento, indispensável a perspectiva otimista e a motivação para facear e vencer desafios, em tantas etapas quantas se façam necessárias à chegada ao resultado benéfico esperado.
Cultivar estados de desânimo e óticas pessimistas, a respeito de indivíduos, eventos e situações, redunda em agravamento do quadro circunstancial infortunado que motiva a lastimação, o tédio, o derrotismo e, em última análise, o cinismo e a rendição a condutas autodestrutivas, como a dependência química de drogas (incluindo as lícitas) e, pior, o pacto com manobras imorais e/ou ilegais de diversas modalidades, com consequências de dimensão imprevisível, não só na existência do(a) incauto(a) que se entrega aos tentáculos do crime, mas na de inúmeras outras criaturas que lhe sofram a deletéria influência.
E, se algo tão dramático – apesar de tão comum na Terra de hoje – parecer-lhe improvável demais para ocorrer em seus caminhos, perguntar-lhe-íamos: já não conforma um mal bastante viver infeliz e exalar, em torno de si, os tóxicos psíquicos da amargura e da desesperança, do desgosto para com a vida e suas infinitas possibilidades de realização, transformação e autossuperação?
Não aludimos aqui tão só à infelicidade de você se sentir mal consigo, com Deus e com o mundo – como se isso não fosse suficiente –, mas também aos efeitos inexoráveis, a curto, médio e longo prazos, nas vidas de todos(as) com quem você conviva ou interaja de algum modo, direta ou indiretamente, efeitos esses que comprometerão a sua própria e a saúde física e mental dessas pessoas, a começar – ressaltemos – das que você mais ama e que estejam em seu circuito de intimidade.
A decisão é sua, amado(a) filho(a), e muito simples: ser feliz ou não. As providências práticas para viabilizar esse projeto ou propósito básico podem variar ao infinito, em iniciativas complexas, múltiplas e mutáveis (porque devem se ajustar a novos contextos de realidade), de acordo com a sua personalidade e com as características singulares de suas circunstâncias familiares, acadêmicas, profissionais, econômicas, sociais etc.
Um ponto é certo, porém: seja qual for a dificuldade ou adversidade que você enfrenta, desistir de lutar e de trabalhar por buscar soluções, das paliativas (de emergência) às profundas e duradouras (de estrutura), nunca será uma alternativa inteligente, decente, madura ou espiritual.
Eugênia-Aspásia e Temístocles (Espíritos)
em Nome de Maria Cristo
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Paley, Île-de-France, França
2 de dezembro de 2019