Procure se reencontrar consigo mesmo, em profundidade. Muita gente passa pela existência, sem se conhecer de fato. E o que seria se conhecer melhor? Confrontar o proibido, o insuportável, o angustiante, o desesperador, sem medo de se perder, de se desfazer, de mergulhar no nada. Esse nada não é o nada, é o nirvana, um disfarce para o tudo, um atalho para a plenitude.
Esse tipo de experiência psicológica é empreendida por raras criaturas, voluntariamente. Todavia, por determinação do relógio da evolução, chega sempre a hora em que crises existenciais surgem, cobrando tributo de reflexão e mudança, na direção do crescimento mais necessário ao indivíduo, em dado momento de seu histórico evolutivo.
Assim, ainda que não se sinta preparado para confrontar as medusas interiores, não se culpe por haver entrado em crise e notar que monstros e sujidades insuspeitados emergem do fundo de sua alma: é um processo justo e mesmo desejável de integração e expansão psicológicas – já que acelera o progresso da alma e a conquista da felicidade em nível mais alto de expressão.
Sobretudo, nesses momentos, pergunte-se, de coração e mente abertos: O que devo fazer para melhorar meu estado de espírito? O que Deus quer de mim por essa prova? O que a Vida está pretendendo me ensinar por meio dessa dor? Qual o propósito de minha vida, do qual me evadi, para tanto estar sofrendo?
Com as respostas a essas reflexões, que lhe assomarão à mente, a pouco e pouco, e seguindo-lhe os alvitres, esteja certo: logo estará dando guinadas sucessivas de crescimento íntimo e agradecendo pelo advento dos instantes abençoados de crise, que lhe terão arrancado do torpor de uma vida vazia, para o êxtase de uma existência com significado e finalidade.
Eugênia.
Aracaju, 6 de janeiro de 2001.
(Texto recebido pelo médium Benjamin Teixeira.)