Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.
Wilhelmo se afastou suavemente do aparelho mediúnico e conduziu, em seguida, o processo de inspiração coletiva. Seis de seus assessores começaram a injetar, nos encarnados, fluxos de pensamento interpretativo em torno da mensagem expendida por ele, fazendo associações e adaptações das idéias às experiências de vida de cada um. Fernando continuava assombrado com o que via. Desse modo, aproveitei o ensejo para lhe insuflar outra corrente de reflexão, complementando o que acabara de lhe dizer sobre o fenômeno inexorável da distorção mediúnica.
– Eis aí, meu filho, a Divina Providência fazendo uso do livre-arbítrio de cada um e de mil alternativas de contornar as falhas de seus instrumentos na Terra, para que o bem prevaleça sobre o mal. Agora, todos serão inspirados a colher o que melhor serve para si, e a ignorar aspectos não-construtivos da mensagem de Wilhelmo – provenientes das falhas de filtragem mediúnica. Muitos não aceitarão as propostas sugeridas mentalmente, mas outros, em medida maior ou menor, permitir-se-ão ser impregnados pelas idéias de conforto e reforma íntima, a que se permeabilizam com seu desejo sincero de mudança e crescimento.
Fernando sorria, deliciando-se com os novos conhecimentos. Não demorou muito, todavia, e Maria Eduarda, a médium de melhores faculdades mediúnicas para a incorporação, começava a apresentar os primeiros sinais de mergulho no transe psicofônico. Assistentes de nosso plano faziam delicadas manipulações energéticas, para favorecer o interfluxo medianímico. Um homem de gestos grosseiros, albergado em nossa dimensão, trazido a pulso, era plugado a diversos centros de força da companheira disposta ao serviço de socorro aos desencarnados. Conduzido à força por dois de nossos técnicos, fardados de branco que se assemalhariam a enfermeiros de instituição psiquiátrica (grandes e robustos, justamente para tais eventualidades da necessidade uso de força física).
– Raios!… Me soltem!… Eu já disse que não suporto esse tipo ridículo de conversa!…Não vou dizer uma palavra!… Eu já disse que vou ficar calado!!!… Me soltem, miseráveis…
Outros palavrões muito mais chãos seriam liberados pela boca vulgar de nosso companheiro menos acordado para as verdades espirituais, bloqueados, contudo, pela mente mediúnica. Em meio aos impropérios de seu vocabulário escatológico, porém, uma faísca de esperança foi traída, quando, quase mecanicamente, gritou por Deus, na curiosa ironia de invocar-Lhe a ajuda, para defendê-lo justamente da ajuda que o Divino lhe propiciava.
Maria Eduarda começava a se sentir mal, deixando-se, entretanto, engolfar com as energias deletérias do companheiro desenfaixado do corpo físico, sem opor resistência. Disciplinada, conhecia todas as técnicas para repelir a intrusão psíquica. Entrementes, ali, o objetivo era justamente deixar-se possuir, momentaneamente, pela força desagregadora, sob as medidas, porém, de sua consciência, que vigiaria todo o processo de intercomunicação. Pouco mais de dez minutos tinham se passado quando a médium, que já ouvia os protestos veementes do amigo invisível pôde, por fim, receber-lhe mais inteiramente, acoplando-se mentalmente a sua corrente dominante de idéias e sentimentos:
– Miseráveis caudilhos de araque!… (praguejou, com voz amena, a voz de Maria Eduarda)
– Seja bem vindo, amigo – respondeu, de imediato, Henrique, o doutrinador, como se costuma falar entre os espíritas do plano físico, aquele que faria uso da psicoterapia da conversa, a terapia da fala, nos dizeres de Freud, para auxiliar o irmão em humanidade que lhe era confiado ao bom senso, o que, pelos fins e características do mecanismo, poderíamos chamar de psicoterapia espiritual. Ao seu lado, um pouco para trás, o próprio Wilhelmo inspirava-lhe os pensamentos, para que dissesse o melhor de seus recursos. Homem de muito boa vontade e esforço sincero de crescer e ser útil, estudioso e autocrítico em tudo que fazia, Henrique conseguia manter um estado excelente de concentração e receptividade simultaneamente, favorecendo a inspiração que lhe poderíamos prodigalizar, por meio da voz de sua consciência e da razão.
Fernando tornou a me olhar, curioso, no transcurso da terapia-aconselhamento que ali se processava, já que se viu estupefacto com novo fenômeno surpreendente: Henrique, apesar de não ser médium ostensivo como Carlos e de estar falando por si mesmo, recebia melhor, distorcia menos o padrão de pensamento de Wilhelmo que o companheiro que recebera Bezerra de Menezes. Interrogativo, tornou a olhar para mim e eu lhe disse, em pensamento, perfeitamente audível para ele:
– Em matéria de mediunidade, Fernando, a qualidade da sintonia, mais que qualquer atributo de maior sensibilidade e permeabilidade mental, é a condição sine qua non para boas experiências de intercâmbio. Kardec não era médium ostensivo, mas era sempre conduzido por espíritos de alta envergadura evolutiva, permitindo-se por eles ser conduzido, em atitude de abertura e humildade para a voz da consciência, das intuições mais elevadas que lhe afluíam ao cérebro, ao passo que inúmeros médiuns, dotados de extraordinárias capacidades psíquicas, deixam-se arrastar pelas mais deploráveis induções de degradação, trazendo o inferno para si e para todos que o circundam, na decadência dos vícios, dos comportamentos destrutivos, da loucura e do suicídio, da maldade e da criminalidade. Não interessa, portanto, a extensão fenomenológica da capacidade mediúnica de uma pessoa, mas sim o padrão de seus pensamentos, sentimentos, objetivos de vida, valores, que qualificará a faixa de freqüência mental em que estagiará, fazendo-se, assim, influenciar por seres de planos espirituais mais altos, com que se afina por similitude de gostos e interesses, bem como pela compatibilidade psico-moral, além do que atraindo espíritos sábios e bondosos, desejosos de lhe catalisar o processo de crescimento, valorizando-lhe o esforço genuíno de vitória sobre si.
– Mas e quanto à médium que recebe o perturbador? É, então, uma pessoa de baixo padrão consciencial? – redargüiu, com inteligência, o companheiro neófito na atividade.
– O raciocínio, em primeiro exame, estaria correto, desde que não considerássemos que estamos numa situação extraordinária, em que a amiga medianeira se dispõe a prestar socorro, renunciando voluntariamente a seu padrão habitual de pensamento, permitindo-o, sob controle, que abaixe, para que as entidades angustiadas de nosso plano sejam auxiliadas. A professora de primário, PhD em Pedagogia Infantil, não se torna menos inteligente ou sábia por se comunicar em palavreado simplório com uma platéia infantil, atingindo-lhe as mentes com a linguagem que lhes é própria. Muito pelo contrário: a capacidade de descer ao nível imagético e mental da criança, traduzindo para seu universo cognitivo as expressões do mundo adulto que precisam assimilar é que bem lhe caracteriza a excelência do saber. É exatamente isso que se passa aqui. Todavia, assim como a professora, falando simples como se ela própria quase fosse uma criança, não se esquece de quem é e de quais as finalidades que a fazem estar ali, sabiamente mobilizando os recursos conceituais do mundo infantil para que se impregne de idéias mais complexas, o mesmo se dá com o médium educado nessas circunstâncias. Que seria do resultado da sala de aula se a professora imergisse na psicosfera pueril, e lá se envolvesse com as tricas, os caprichos e os choramingos de seus tenros discípulos, olvidando sua função de mestra? Pois bem, o médium tem que estar sempre consciente que apenas canaliza outra entidade, sem se confundir em sua psicosfera, ou toda função terapêutica será perdida, e, pior: estará também se permitindo ser perturbado pelas energias e padrões mentais do agente invisível que fora para ali trazido com o fito de ser ajudado e não para criar problemas. Eis, portanto, a gravidade do ministério mediúnico e como, somente com muito critério, estudo, treino, disciplina e auto-descoberta constantes pode-se enveredar por suas trilhas sutis e intrincadas, sem prejuízo para nenhuma das partes envolvidas.
A conversa entre o irmão sofredor e o terapeuta espiritual encarnado já ia em meio, quando retornamos de nossa confabulação telepática.
Era de surpreender, para Fernando uma nova particularidade, em especial, do processo de intercâmbio. O companheiro do plano invisível ao sensório físico estava determinado a não abrir a boca no interrogatório educativo que se seguiria, mas a médium, acoplada a suas expressões mentais, extraía-lhe os pensamentos mais secretos, tranduzindo-os em palavras, com o que Henrique tinha condições de rebater-lhe os argumentos íntimos. Isso deixava-o furioso, mas servia de excelente terapia de choque para lhe desarticular os motivos que o faziam renitente em sua prática de perseguição a um antigo desafeto.
– Seu almofadinha tolo… (dizia Maria Eduarda, quando o espírito comunicante, na verdade, dizia – ou pensava – um palavrão muito pior, impronunciável) você não sabe de nada… Vá se danar!(nova adaptação elegante de Maria Eduarda, para o linguajar chulo da entidade, que teria dito vitupérios muito mais baixos)…
Desejoso de avançar sobre o pescoço de Henrique, estrangulando-o, tentando, a qualquer custo, deter-lhe a conversa, só conseguia, por meio da filtragem de Maria Eduarda, cerrar os punhos e grunhir. Assim, urros primais e ataques violentos, que seriam seus impulsos naturais, por meio da filtragem mediúnica da médium, convertiam-se em ruídos abafados e tremores intensos nos músculos dos braços e tronco da medianeira, retesados sob a intensa descarga de energias de agressividade.
Fernando sorria novamente, encantado com as sutilezas do que via, e me interpelou:
– É impressão minha, ou assistimos ao mesmo processo de distorção mediúnica, mas às avessas?
– Não, não é impressão. Está coberto de razão. Só que, desta vez, a médium não permite que se manifeste por ela nada de ruim que não exista em seu mundo íntimo. Esse é um processo que, até certo ponto, pode ser consciente, mas que também se dá de modo automático, ainda que o médium perca a consciência durante o processo. Lembremos daquele princípio da intercecção psíquica: só é transmitido, na resultante mental que constitui o fenômeno mediúnico, o que for coincidente nas duas mentes: emissora e receptora. Assim, se o espírito é violento, mas o médium não é, jamais conseguirá dar um soco em alguém durante um transe, por mais profundo que seja o seu estado hipnótico do sujet. O mesmo se dá em relação ao linguajar. Dona Eduarda é mulher digna, educada e serena. Não faz uso de vocabulário chão em casa e em nenhum lugar, nem mesmo mentalmente. Sendo assim, a entidade comunicante não encontra chaves de sintonia ou matrizes psíquicas que lhe permitam, por meio da ressonância mental, dizer o que teria vontade de falar, no seu modo abjeto de ser. Assim como um espírito de alta estirpe evolutiva não pode canalizar com perfeição seu saber e suas introvisões morais por um médium que não lhe tenha alguma afinidade consciencial, o inverso é verdadeiro no que tange a nossos irmãos menos favorecidos, mais retardatários na escola da evolução.
E o diálogo prosseguia, caloroso:
– Eu já lhe disse que não tenho nenhuma vontade de falar com você. Pare de falar comigo! Pouco me importa o que pense ou deixe de pensar! A vida é minha e eu a conduzo a meu bel-prazer!…
– Sim, reconheço que a vida é sua, e que você tem toda liberdade de agir a seu modo. Estou aqui apenas como amigo, fazendo o possível para ajudá-lo.
– E quem lhe disse que eu preciso de ajuda? Vá se danar!…
– Eu sei que preferiria ficar sozinho com seus pensamentos, mas sempre chega a hora do despertar. Sempre chega o momento em que a Divina Providência dá um basta a nossas ilusões e nos lança a verdade em rosto para que, se quisermos continuar com nossos vícios mentais e morais, que continuemos conscientes de que se tratam de grandes mentiras e não com a falsa convicção de que estamos agindo corretamente.
– Quem é você pra falar de verdade, seu… (grunhido e punhos cerrados novamente)
– Eu sei que não sou ninguém diante de Deus e dos Grandes Espíritos que O representam. Mas estou aqui apenas como um representante dEles, para que tenha oportunidade de conhecer uma vida mais feliz.
– Eu não pedi nada! Estou muito feliz como estou!…
– Não, não está. Vive mergulhado em ódio. Nem sequer se apraz a uma conversa amistosa como a que estou lhe propondo agora. Não percebe que há algo de errado consigo?
– Que conversa amistosa? Fala dessa conversa imposta?
– Quando alguém sofre um acidente automobilístico, o médico, na emergência hospitalar, não pede licença ao paciente para lhe prestar socorro – simplesmente o impõe, se assim preferir dizer. Nesse sentido, estou-lhe impondo essa conversa, realmente. Deus nos faz o bem, ainda que não queiramos receber o bem; e como nesse momento estou representando as Forças de Deus, você recebe o bem, de qualquer maneira. Entretanto, o que virá a fazer com a semente de auxílio que lhe prestamos, correrá inteiramente por conta de sua responsabilidade.
Para surpresa dos presentes, porém, o espírito cai em choro copioso. O homem tão forte, quando em condições de agredir, sentia-se terrivelmente vulnerável, ao se notar impossibilitado de agir com força bruta. Outrossim, as energias pacificantes de Maria Eduarda, que o envolviam carinhosamente, assim como a ternura paternal e sincera de Henrique, que não perdia a compostura nem o padrão de piedade sincera e desejo de ajudar, mudavam, rapidamente, para melhor, a freqüência mental do companheiro sofredor. De repente, o brutamontes mostrou sua face de menino pequeno, sofrido, carente de amparo e amor, como a Psicologia da Criança Interior e a Análise Transacional, na Psicologia do mundo físico, muito bem propõem existir.
– Eu não agüento mais tudo isso… (debulhando-se em lágrimas)
– Oh… meu irmão… – disse Henrique, quase num sussurro, transbordante de compaixão paterna, sentindo-se como se estivesse com um garotinho de três anos no colo – Deus vai lhe socorrer em sua dor. Vai tudo se resolver, vai tudo passar… Esqueça o passado. Abra sua mente para o futuro. Para isso, todavia, deve entender que esse impulso de vingança só lhe traz mais dor, em vez de lhe acalmar ou consolar de suas perdas.
– Mas você sabe o que ela me fez? Eu não posso deixar passar… Isso seria injusto. Ela tem que pagar pelo que fez.
– E ferir-se por cima da ferida que ela lhe fez?
– Como assim?
– Você sofreu uma injustiça, não foi?
– Foi.
– E sofreu muito com isso, não é?
– Até hoje.
– Se você não perdoa, a dor, que já era injusta, é prolongada ainda mais. Ou seja: você está se vingando em você mesmo!…
Os raciocínios certeiros de Henrique-Wilhelmo causavam impacto tremendo na mente do sofredor, provocando-lhe verdadeira revolução paradigmática.
– É… faz sentido… Eu estou sofrendo tanto… Aquela vadia me fez tanto mal e até hoje eu é quem pago o pato… Por isso é que nem mais creio em Deus. Não posso perdoar, porque não posso esperar por um socorro do que não acredito.
– E o que você acha que está acontecendo hoje, aqui? Acha que é mero acaso estar tendo a oportunidade de mudar de padrão e escolher a felicidade? Se ela lhe fez algum mal, terá que pagar por isso. A própria Justiça Divina se encarregará da cobrança (Dizia Henrique, adaptando seus conceitos ao nível de entendimento do interlocutor, sem que propriamente houvesse uma distorção da inspiração de Wilhelmo). Mas se você se faz o canal da cobrança, terá que, por sua vez, pagar por ter sido canal do mal, ainda que por permissão de Deus. Eis que então, não bastasse o que já sofreu com a injustiça que sofreu e tantos anos de suplício nessa dor do ódio, ainda terá que sofrer por conseqüência de ter se concentrado na corrente das energias destrutivas do Cosmos, vai ter que você mesmo pagar pelo que fizer a ela. Esqueça tudo isso. Ela não merece sua atenção, não merece que você se destrua por ela. Procure ser feliz. Pense em você, em seu bem estar. Já basta de tanto padecimento – falava Henrique para o padrão de egoísmo do sofredor recalcitrante.
O espírito chorava como uma criança, novamente. Fernando, cada vez mais amoroso e compreensivo, com tom de voz adulcicado, para deixar claro que não pretendia controlar ou acusar, prosseguiu em seu empenho de reconduzir uma alma a Deus, terminando todo o trabalho por induzi-lo a uma prece, em conjunto com ele. Alma reencarnada de Andrômeda, na Terra, era já um espírito de portentoso arquivo evolutivo, com condições para transitar em questões complexas de moral e filosofia prática, a sabedoria do dia a dia, sem dificuldade, como um preceptor magnânimo do Além, que sabia encontrar as palavras certas para cada situação delicada. Os demais companheiros encarnados também se edificavam com as palavras de Henrique. As dezenas de desencarnados, idem. O choro de arrependimento e o instante do despertar acontecia para muitos, ao mesmo tempo, com aquela conversa esclarecedora interdimensional. Nesse instante, então, Fernando apareceu com outra pergunta pertinente:
– Eugênia, quando isso não era possível acontecer, antes de o Espiritismo ter chegado à Terra, ou nos países onde ele não chegou para tanto? Ou, de outra forma: esse trabalho não poderia ser feito sem o concurso dos encarnados?
– Muito boa pergunta, meu filho. De fato, sempre que possível, dispensamos a utilização de encarnados nesse processo de orientação. Entrementes, algumas entidades não podem nos divisar, tamanho o rebaixamento energético a que se confiam, vibrando numa faixa inacessível a uma interação direta conosco. Assim, fazemos uso de médiuns em processo de desdobramento astral, a chamada projeção da consciência, e fazemos com que, por meio de seu psicossoma mais densificado pelo processo da reencarnação, mergulhem em transe mediúnico aqui mesmo, no plano extra-físico, conectando-se aos sofredores carentes de socorro e, dessa forma, viabilizamos com eles conversar e, com isso, tentar dissuadi-los de seus propósitos doentios. Esse contato com os médiuns desdobrados não só favorece que subam um pouquinho mais sua freqüência mental, como também permite que pequenos influxos de energia psicofísica, advindos do corpo físico do médium, injetem-lhe ânimo e favoreçam alguns processos de cura em seus organismos perispiríticos debilitados por anos, décadas, quando não séculos de desequilíbrio continuado, muitos deles chegando à completa inconsciência, como que imersos em perenes pesadelos do horror a que se confiaram, só despertando de seu angustiante torpor, quando em contato com as energias vitalizantes do médium.
Fernando estava satisfeito, um sorriso luminoso de espanto nos lábios. Seus olhos brilhavam com os ensinamentos novos da noite, ainda mais deslumbrado com a riqueza polifacética da criação divina e seus mil recursos para, contornando o livre-arbítrio de Seus diletos filhos, ajudar, curar e iluminar, ainda quando voltados para o mal e a ignorância por deliberação própria.
A reunião de educação, libertação e educação das consciências, mais que uma mera oportunidade para o diletantismo dos amantes do fenômeno espírita ou para socorro dos desencarnados sofredores, que, inclusive, poderiam ser assistidos em nosso plano, como havíamos dito a Fernando, constituía ensejo sagrado de despertar da consciência dos encarnados para a gravidade da oportunidade encarnatória e para as altas responsabilidades afetas à consciência humana, demonstrando, inequívoca e dramaticamente, no exemplo vivo daqueles que se renderam a seus despautérios, a linha direta de conseqüências para aqueles que enveredassem pela senda do desequilíbrio, do egoísmo e da ignorância.
E os trabalhos seguiam, prenhes de questões e elucidações preciosas…
(Texto recebido em 9 de janeiro de 2001.)