Nota do Médium:
Eugênia começa suave e simples nesse texto e desdobra-se em incríveis argumentações, praticamente fazendo o que mais se espera, de há muito, nos meios eruditos: a fundamentação irretorquível, por meio de raciocínios de natureza científica, da existência de Deus, e, mais ainda: a apresentação de evidências de sua contínua interferência na Criação, favorecendo o progresso e o bem estar de todas as Suas criaturas.
Que o(a) leitor(a) se deleite, tanto quanto nós outros, com a retórica lapidar da grande mestra do além.
Benjamin Teixeira.
Aracaju, 22 de janeiro de 2001.
(7º aniversário do programa Salto Quântico.)
O Fantástico dos Fantásticos.
Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Ouça os sinais da Vida. Por toda parte, a sincronicidade falará com você. Uma carta que chega em hora propícia, falando de assunto oportuno. Ou, senão, um cartão, um cartaz na rua, um out-door ou uma faixa de propaganda, quem sabe mesmo o título de um livro ou de um filme.
A criança chega e fala algo apropriado na hora azada. A conversa de um amigo, um telefonema inesperado, uma palestra, um programa de televisão, a letra de uma música executada em rádio, o canto de um pássaro que pousa em sua janela, o ruído da via pública que lhe fala da vida, seu animal doméstico que se aproxima carinhoso, resfolegando-se em você…
Tudo fala de Deus, tudo fala em nome de Deus, por tudo Deus se manifesta para você. Você nunca está só. Os anjos e todos os seres da criação, se souber perceber e interpretar, pela boa vontade e pela abertura ao novo, ao surpreendente, ao maravilhoso, estarão a todo momento acalentando-o, orientando-o, conduzindo-o ao melhor, à felicidade, à paz.
Alguém de boa formação científica achará essa proposta deveras mística. Ficará preocupado em manter ou colocar os pés no chão da segurança racional-material, esquecendo-se de que todo o universo palpita em energia, que toda a matéria é constituição de energia, esta última ainda hoje mistério para as maiores sumidades da Física. É ela mesma, em particular nos estudos avançados de Física Quântica, que compreende o universo como uma colcha de eventos tecidos sobre um vácuo quântico de probabilidades, de modo que tudo estaria interligado a tudo, concomitantemente, além de todas as dimensões da matéria, ou seja, além de qualquer concepção de espaço-tempo linear, em complexas cadeias de significado e de propósito, até hoje indevassáveis, levando a conclusões curiosas (a partir de análises laboratoriais!) como a de que mesmo um elétron faria escolhas (!), como discorreu Jean Charron, em seu clássico O Espírito, Esse Desconhecido. Eis, portanto, a base racional, senão científica, para se crer na sincronicidade, ou pelo menos para enquadrá-la num certo esquema conceitual-analítico, se não bastasse, para aceitar sua indiscutível realidade, o fato de que as coincidências acontecem de modo escandalosamente anti-estatístico na vida de todo ser humano que se dê ao trabalho de observá-las e até entre aqueles que não lhe dão importância.
Todas as coisas estão repletas de deuses – já dizia o grande Tales de Mileto. E, de fato, dessa visão mística, sobrenatural, primitiva, de que tudo estaria palpitando de revelações numinosas, passamos a um período de rígido, estreito e tacanho mecanicismo científico, para que, numa fase de amadurecimento paradigmático, principiológico e filosófico das ciências, retornemos, pela síntese dialética da evolução das idéias, a essa compreensão do mundo como um grande organismo vivo, cheio de propósito, intenções e finalidades, tudo permeado, engolfado e guiado por Algo transcendente e metafísico, que se chegou a chamar, em Física Quântica, de Consciência Subjacente, como afirma Fritjof Capra em seu famosíssimo e lendário O Ponto de Mutação.
Assim, prezado amigo leitor, trata-se de uma questão de atualidade, de estar-se suficientemente informado e em dia com as novas descobertas, especulações e cogitações em ciência, não se ficar adstrito às limitadíssimas concepções da cosmovisão materialista. Precisamos de uma mundividência que abarque toda a complexidade da psique humana, e é isso que surge, rápida e solidamente, nos setores de vanguarda da ciência, desde os estudos sobre xamanismo da Antropolgia e Etnologia, passando pelas intrigantes constatações da Psicologia Transpessoal e da Parapsicologia sobre a fenomenologia psíquico-mediúnica, desembocando nas fantásticas elucubrações da Física Quântica, a que fizemos perfunctória e ligeira alusão.
Deus fala com você, todos os dias, a toda hora, agora, inclusive por meio desse texto que lê. Nada acontece por acaso, ou teríamos que abandonar a razão e admitir que algo aconteça sem uma causa. E se eventos inteligentes ocorrem, como tão brilhantemente enunciou Allan Kardec, em sua magistral obra de codificação da Filosofia Espírita, necessariamente teremos que contar com a presença e intervenção direta de uma causa inteligente. E se alguém quiser ir além dos parâmetros lógicos da lei de causa-e-efeito, achando retrógrada nossa argumentação cartesiana, que, entrementes, tem excelente aplicação prática, como a Física Newtoniana para a Engenharia Civil, então as assertivas ainda ficarão mais assombrosas, ratificando com maior agudeza conceitual a tese que aqui postulamos, da Consciência e do Propósito expressando-se em toda parte: já que o espaço-tempo seriam, como entendemos, uma abstração ou uma construção relativa à nossa mente, e não existindo um princípio, que exigisse um Criador, em vez de dispensá-lO, teremos que incluí-lO em todo o momento da Criação e não apenas num hipotético e longínquo princípio. Portanto, em vez de denegar a ação de uma Inteligência Superior, os novos avanços em Ciência fazem justamente o contrário: aumentam, filosófica, lógica, racionalmente, a necessidade de Sua intersecção e intercomunicação contínuas com toda a Criação, a todo tempo.
Dessarte, se você é realmente instruído e inteligente, necessariamente terá uma grande abertura ao místico, por uma simples questão de dedução científica. Crer numa Força Maior, Inteligente, Consciente, a todo momento se interpenetrando e intercambiando com eventos em todos os níveis e dimensões da Natureza não é mais uma questão de fé e sim de razão; e quem negar esse Ser, chame-se de Deus ou não, estará, tão-somente, renunciando à lucidez e se condenando ao ridículo, ante as pessoas realmente informadas e maduras.
Você, prezado amigo, maravilha das maravilhas, está cercado de milagres por toda parte, em torno e por dentro, acima e abaixo de você, antes e além, para sempre, como que envolvido e acalentado por um Ser Todo Amor e Sabedoria (ou não seria Absoluto, como deduzimos inexoravelmente de um Ser fora do campo ontológico das relatividades) e, assim sendo, está condenado à eternidade, à felicidade progressiva, à descoberta sem-fim de novos patamares de cognição e ser, sentir e viver, imantado, fatalmente, à glória inenarrável de mergulhar no Infinito, no Todo, em Deus… para sempre…
(Texto recebido em 21 de janeiro de 2001.)