Nas últimas 72 horas, dormi algo em torno de apenas oito horas – não oito horas por dia, mas divididas pelos três dias. Isto, não por conta de crises de insônia, mas pela sobrecarga de afazeres que, em certos períodos, assoberbam-me de exigências inadiáveis. É claro que, por vezes, consigo a proeza de descansar por mais de seis horas, num único dia, e até passo períodos longos (duas semanas, se tanto) dormindo entre cinco e seis horas de sono por noite. Entretanto, não é raro acontecerem fases de extremo esgotamento como a que atravesso, desde que o trabalho assumiu dimensão coletiva, com o lançamento do programa Salto Quântico, há já quase treze anos…
Não acho bonito, nada há de louvável nesta postura de expor-me a terríveis estafas. Apenas, a pedido dos bons espíritos, estou esboçando uma imagem rápida e perfunctória de como é, num aspecto, a vida de médiuns com responsabilidades com a coletividade. Para dizer bem a verdade, aponho um adendo, conforme minha avaliação pessoal: tudo isso para atender, muito precariamente, a multidão que busca socorro nas atividades que dirijo, no plano físico, em nossa organização, o Salto Quântico. Se não fosse a assistência dos bons espíritos e o auxílio generoso de uma verdadeira teia amorosa de amigos leais, certamente jamais aceitaria esta ordem de compromissos.
Muitos esperam de nós, médiuns diante do vulgo (que não passamos de pessoas normais, com necessidades comuns, tentando acertar apenas), atitudes de almas santas; de oráculos divinos, com o dever de antecipar ocorrências que fogem ao controle de qualquer ser vivente, por envolverem, inclusive, o livre-arbítrio de inúmeras criaturas; de azes de tolerância e sabedoria, ao passo que portamos a mesma ordem de carências, conflitos e enfermidades do espírito que normalmente afetam a humanidade terrícola. Pegam pontas de nossa personalidade e transformam em rosários inteiros de inverdades, no despudor da calúnia. Quanto a nossos maiores acertos, que amiúde nos custam oceanos de sangue e lágrimas, são tidos à conta de mera obrigação ou de fruto gratuito de interferência dos orientadores desencarnados, que jamais compactuariam com preguiça e irresponsabilidade.
Mas, sim, há a Luz! A Luz das entidades de escol, da Espiritualidade Sublime, que misericordiosamente envidam esforços por nos ajudar, na ciclópica meta da ascese evolutiva. Porém, em contrapartida, deparamo-nos com aquel’outras inteligências do domínio espiritual, sofredoras, viciosas ou mesmo malevolentes – algumas delas organizadas em agências criminosas da outra dimensão de vida, da mesma forma como as há na realidade física -, que pugnam, de toda sorte, por derrotar nosso empenho de esclarecer consciências. Divisamos, sim, os seres redimidos, ouvimos-lhes, aqui ou ali, a voz dulcíssima e sábia. Todavia, na mesma medida (no mínimo), somos aturdidos pelas solicitações, pressões e loucuras de encarnados e desencarnados que pretendem, consciente ou inconscientemente, fazer-nos joguetes de seus caprichos pessoais, sem nem de longe se darem conta de nossas agruras íntimas…
Vim hoje abrir meu coração neste relato singelo, como disse acima, a pedido dos bons espíritos, que julgaram por bem fosse aqui registrada uma noção breve do dia-a-dia “invejável” que os médiuns de trabalhos com a massa desfrutam, para que melhor sejamos compreendidos quando, volta e meia, não logramos concretizar tudo que esperam de nós. Não temos riqueza, nem poder nas mãos; apenas a força da oração e da paz de consciência.
Uma amiga próxima, que me acompanha no esfalfar ingente por desincumbir-me, relativamente bem, dos ônus de responsabilidade que me pesam sobre os ombros, disse-me:
– Mamin, eles não sabem que, enquanto usufrem de mensagens diárias no site, palestras e programas bem elaborados, você vive como um zumbi, trabalhando sem descanso.
A palavra “zumbi” me impressionou, porque tocou numa realidade dolorosa: ando, há muito tempo, tentando suavizar meu ritmo acachapante de atividades, sem alcançar muito êxito. Mas posso garantir, em contrapartida, para os corações mais sensíveis de nossos amigos leitores, que, apesar de toda esta mastodôntica disciplina de trabalho a que me submeto e de padecer as supertensões psíquicas e morais características à natureza da tarefa a que me dedico, estou em paz, com o claro sentimento de estar cumprindo a Vontade de Deus para meu insignificante caso pessoal. E, francamente, perguntaria a quem quer que fosse: Há algo mais valioso que isso?
Importa dizer, em complemento e conclusão destas considerações despretensiosas e breves, que este drama de sobrecarga acontece com pessoas em outras funções e postos, obviamente que com particularidades próprias a cada categoria. Grandes empresários, políticos, cientistas… é muito comum que gente de sucesso (ou mesmo sem sucesso) se arruíne física, emocional e espiritualmente… pelo que mesmo? No final das contas, se não estivermos sintonizados com nossos ideais, com a voz mais genuína da própria vocação, consciência e intuição, é o caso de nos perguntarmos: “Para que tudo isso?” Inúmeros se consomem, acumulando fortuna, poder ou prestígio, para, por fim, não terem como nem com quem usufruir o que amealharam, esmagando-se de compromissos, tensões e suspeitas, frustrados em necessidades elementares da condição humana, como a de ter um tempo para repousar, para pensar em si, e até mesmo a de sentir confiança em alguém.
Era isso que gostaria de sugerir reflexionássemos. Vale a pena querer ou buscar tanto? Onde realmente está a felicidade? Nas muitas posses, títulos ou conquistas? Ou em coisas mais simples, como fazer o que se gosta, estar com quem se quer, ter amigos sinceros, sentir-se útil e fazendo o bem às pessoas, ter uma fé legítima no futuro?…
Pense nisso, antes de ambicionar muito. Talvez até, um dia, venha a ser premiado com a tragédia do sucesso, para apenas descobrir, tarde demais, haver desperdiçado toda a vida, no intuito de angariar e se tornar o que, de fato, nunca quis, o que não o realiza, nem lhe pacifica a alma.
(Texto redigido na madrugada de 24 de novembro de 2006. Revisão de Delano Mothé.)
A Mais Moderna e uma das Maiores do País.
Entre 700 e 900 pessoas se aglomeram nas concorridíssimas palestras de Benjamin Teixeira, proferidas todo domingo. Enriquecendo a noite, há ilustrações com trechos de filmes e a espetacular fluência, cultura e vanguardismo de Benjamin, coroada com a fala de sabedoria ímpar da bondosa Eugênia, o guia espiritual do Salto Quântico, pela mediunidade do próprio conferencista. Para completar, antes dos passes individuais, ocorre a deliciosa e libertadora “Entrega a Maria”, conduzida pelo nosso líder. Por fim, a proteção e orientação da Espiritualidade Superior para todos que se habituam a comparecer ao evento. Além de tudo isso, uma equipe de maduros voluntários está disponível para aconselhamento gratuito, e recursos audiovisuais ilustram desde a prece até os avisos finais. O que você pode estar fazendo de mais interessante que tudo isto junto, no domingo, às 19h30min? Este, que é o melhor e maior entretenimento “cult” da cidade, e, sem dúvida, o mais moderno do país, tem entrada franca e acontece no Espaço Emes.
Delano Mothé, Diretor do Departamento de Divulgação e Edição do Salto Quântico.
Fonte: http://www.saltoquantico.com.br