Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

(Aviso importante: A partir deste sábado, 8 de maio, a versão local da TV Aperipê, canal 2, do programa Revolução irá ao ar às 16:30 h, e não mais às 17:30 h, como era até o sábado passado. Pedimos a gentileza de os prezados internautas-visitantes do nosso site comunicarem a seus amigos esse novo elemento da grade de programação nas atividades do Projeto Salto Quântico. Quanto ao programa local da TV Caju, canal 47, do sistema LigTV, continua acontecendo às 17 h de quintas, tanto quanto o exibição em rede nacional, permanece às 7 h de quintas-feiras (fuso horário de Brasília), pela Rede  Brasil.
Agradecido, Benjamin Teixeira.)

Nesta semana, uma revista de grande circulação, no país, publicou um artigo, sobre os Transtornos Obsessivos-Compulsivos (TOC’s). Poderia nos dizer algo sobre o assunto?

Gostamos da visão de Stanislav Grof que caraceteriza distúrbios mentais como “emergências espirituais”, nas duas acepções, preservadas, felizmente, na tradução do inglês para o português: de urgência, quanto de emersão. Trata-se de um processo de crise evolutiva, e o indivíduo, em transição, pode desenvolver disfunções correlatas ao ímpeto evolutivo, só que em sentido contrário ou paralelo, por não estar completamente apto a seguir na direção apontada pelo “impulso imanente à transcendência”, como chamam os biólogos evolucionaistas de Harvard ao impulso evolutivo inerente a todos os seres vivos. Interessante notar, sobremaneira, o fato de que as regiões no cérebro identificadas como sendo a sede do TOC coincidem com as mesmas que têm sido mapeadas, como sendo associadas a fenômenos espirituais e mediúnicos: a região órbito-frontal e os gânglios da base do cérebro, sendo que a órbito-frontal direita foi apontada como sendo não só a base da PES (percepção extra-sensorial), como também o “God’s Spot” (*) do cérebro; e a glândula pineal (na base do cérebro) como a “antena” receptora de ondas mentais de outros indivíduos, portadores ou não de corpos físicos. Dessa coincidência, duas conclusões podem ser tiradas: 1) que quem sofre da patologia precisa de Deus e de Espiritualidade, já que tais centros nervosos estão ativados; e, quando não se usa um órgão para o bem, ele desenvolverá funções para o mal; 2) que podem existir influências alienígenas, aqui aludindo, em particular, a inteligências desencarnadas, sobre a mente e o cérebro do paciente de TOC, provocando a compulsão obsessiva. Observe-se, porém, que, no que diz respeito à primeira conclusão, fiz uma assertiva genérica: todos que padecem do distúrbio estão precisando de Deus, de uma vivência religiosa genuína, ao passo que, no caso da segunda conclusão, pu-la em termos hipotéticos, ou seja: nem todos estarão sendo vítimas de ataques insidiosos de agentes albergados na dimensão extra-física de vida. Como quem padece de TOC sente-se desamparado e aterrorizado ante um universo inseguro, precisando viver “rituais”, fica claro que tem necessidade mais acentuada de se colocar nas mãos do Criador, para se sentir seguro e levar adiante sua existência.

Então, essas pessoas estão precisando de Deus…

Se quisermos usar uma linguagem mais clássica, não propriamente científica, mas psicanalítica, essas pessoas sofrem de uma disfunção que, em verdade, indica um diferencial e uma vantagem evolutivos, que, todavia, aparecem como grande prejuízo, em suas manifestações primárias. Faço alusão ao conceito freudiano de superego. Indivíduos portadores de transtornos compulsivos têm forte consciência de culpa-castigo e imaginam-se enredados em fortes negociações com seu lado “cobrador” interno, a fim de que eventos trágicos não ocorram na sua e na vida de outras pessoas, como conseqüência punitiva a uma quebra de um, digamos, “acordo tácito previamente estabelecido” (só que em termos mirabolantes e absurdos, bem mostrando, numa caricaturização sinistra, como o supergo é, em última análise, extremamente destrutivo e perigoso). Não se pode, entrementes, matar o superego, arraigado e cristalizado nas estruturas mais profundas dessas psiques super-desenvolvidas, fazendo já parte de suas vigas-mestras, impregnando-as até o âmago. No pior das hipóteses, imobiliza-se-o provisoriamente. De reversa maneira, o superego deve ser educado e canalizado para as manifestações superiores da superconsciência, essa sim, benevolente, criativa e construtiva. A diferença fundamental entre superego e superconsciência reside no fato de que o primeiro massacra, em condenações inapeláveis, de fundo moralista, arrasando a auto-estima e qualquer sentido de dignidade pessoal, em meio a pandemônios de culpa e auto-punição, ao passo que a segunda dignifica, amadurece, moraliza, mas sempre no sentido da responsabilidade, da esperança no futuro, na confiança no bem e em Deus, na fomentação de potenciais criativos, adormecidos da mente, e, por fim, na potencialização do aproveitamento da existência em suas multifacéticas oportunidades, ao passo que quem se vê atrelado aos tentáculos do superego, sente-se preso num calabouço de martírios intérminos.

Mais algo a dizer sobre o assunto?

Sim, que o uso de drogas medicamentosas, sem dúvida, pode ser benéfico e funcionar como uma muleta terapêutica, nos casos mais graves, mas que não passa de paliativo efêmero, já que apenas bloqueia funções do cérebro que continuam existindo, empanadas na falsa aparência da normalidade quimicamente induzida. É o que se chama, classicamente, na clínica médica, de “mascarar os sintomas”. A causa profunda de uma moléstia psiquiátrica não está na bioquímica do cérebro, embora possa essa vir a se tornar comprometida, de acordo com o grau de gravidade, como da extensão da cronicidade da doença. Que, a par da ministração de psico-fármacos e da psicoterapia adequada, associem-se atividades de cunho espiritual-religioso, respeitando-se a complexidade e grandeza do ser humano, que não se limita às questões atinentes à premência pela sobrevivência imediata, no plano orgânico de vida, mas que abrangem realidades muito mais profundas e polifacéticas. E, como hoje afirma a Neuroteologia, ramo avançado das neuro-ciências, assim como já vêm declarando, há décadas, diversas escolas de Psicologia e Antropologia, que se conduza o paciente de TOC a uma vivência religiosa genuína, conforme suas predileções pessoais, não necessariamente respeitando tradições de família (que, inclusive, podem ser a causa do distúrbio). Sem Deus, o ser humano perde um dos elementos mais básicos de sua humanidade. Nenhum animal intui o axioma da existência de um Criador. Nenhuma máquina, idem. Somente o ser humano crê e adora Sua Fonte Sábia, Serena e Amorosa de existência. E alguns indivíduos mais sensíveis, privados de atender a essa necessidade não só psicológica, mas quase fisiológica (neurofisiológica), acabam por desencadear disfunções nos mecanismos complexos da elétro-bio-química do cérebro, desdobrando toda sorte de doenças psiquiátricas, entre elas, em particular aqui falando, os transtornos obsessivos-compulsivos.

(Diálogo travado em 5 de maio de 2004.)

(*) “O Lugar de Deus”. Eugênia faz alusão a magnífica obra do Dr. Melvin Morse, que tem como título a tese que o livro defende, lamentavelmente ainda sem tradução para o Português, que recomendaria aos prezados internautas. A obra, realmente, é importante, sobremaneira para quem deseje respaldar suas convicções imortalistas em novas descobertas científicas, no caso, no campo das neuro-ciências.

(Nota do Médium)