Benjamin Teixeira
pelo espírito Gustavo Henrique.
“Ao chegar perto da porta da cidade (de Naim), eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: ‘Não chores!’ E aproximando-Se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: ‘Moço, eu te ordeno, levanta-te.’ Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.”
(Lucas, 7:12-15)
És enfermeiro, psicólogo, professor, médico, religioso? Trabalhas com pessoas, ajudando-as? Sentes-te, neste período, tomado de particular sensação de esgotamento, que envolve algo entre frustração, ressentimento e revolta, por não estar sendo útil como supunhas deverias ou exaurido demais para a tarefa que te foi cometida?
É possível que estejas padecendo da síndrome de Burnout, distúrbio recém-descoberto por estudiosos do comportamento humano que notaram a curiosa afecção dos sentimentos, semelhante a um padrão de estresse-depressão extremo, que toma, episodicamente, profissionais que se dedicam ao socorro de seus semelhantes, muitas vezes em crises arrasadoras que deixam marcas para sempre, na devastada alma dos excessivamente generosos.
Talvez te sintas de tal modo impotente e vencido, pelas forças da vida, que te identifiques com a posição psicológica da viúva de Naim, notando-te arrastado pelo cortejo fúnebre do “filho único”, símbolo do masculino-executor, fator componente de teu psiquismo, a caminho do total desespero. Recorda-te, porém, querido amigo, que o Cristo, como Fonte Inexaurível de Suprimento de Forças, é capaz de trazer de volta à vida tua motivação de agir, em nome do Bem, de maneira tão miraculosa e impensável quanto a descrita no episódio famoso do Evangelho de Lucas.
Destarte, percebendo-te afundar na areia movediça da tristeza sem remissão, ou rompendo o dique da alma contra a rocha inquebrantável de mágoas aparentemente cristalizadas, volta-te para o Senhor Supremo e suplica-Lhe energia, inspiração e meios de renasceres; e, fica certo: os recursos e condições necessários à ressurreição de teu ânimo surgirão em tua rota existencial.
Só não é certa a desistência. Compreende, com coração, que na persistência, no campo de ação no Bem, está a solução para todo e qualquer problema; e que o desespero, com abandono de deveres e compromissos assumidos, constitui, tão-só, a porta larga para sofrimentos ainda maiores.
(Texto recebido em 6 de janeiro de 2009. Revisão de Delano Mothé.)
(*) A expressão, originária do Inglês, dá idéia de “combustão completa”, ou sensação de exaustão absoluta, que acomete os que padecem desta síndroma.
(Nota do Médium)