por espíritos diversos.
É melhor, muitas vezes, numa conversação, pular uma temática, sem se estender nela, quando se percebe uma tendência à polêmica. Sustentar-se um tópico mais controverso, amiúde, só dificulta o entendimento entre pessoas, sem nenhum resultado construtivo. O que não se resolve por meios amistosos e psicológicos, dificilmente se soluciona d’outra forma. Deter o passo em direção da discussão é sempre sábio e maduro.
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Mães tendem a se culpar por deslizes de seus filhos, supondo que poderiam ter dado mais amor, maior atenção, uma educação mais primorosa. Percebendo um rebento d’alma em erro, não faz sentido atormentar-se pelos seus sofrimentos e pelos que foram causados a outras pessoas por ele, sobremaneira quando o filho já atingiu a adultidade. Que providências racionais e justas sejam tomadas, como se tomariam entre dois indivíduos maduros. Mas nada além disso, pois que constituiria queda no distúrbio psicológico da co-dependência emocional. Muitos pais se fazem injustos consigo, cobrando-se ter dado mais do que já ofereceram de si, quando isso, simplesmente, não teria sido possível, ao menos conforme suas condições psicológicas da época, em seu foco de auto-avaliação.
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Deve-se sempre primar pela paciência e pela fé. Tudo acaba bem. Em verdade, tudo já está bem, e apenas o tempo deixará isto mais claro. Se alguém quer abreviar o caminho para a paz e a bem-aventurança, que faça o que esteja ao seu alcance, em termos de iniciativas pessoais. Entretanto, feito o que é razoável exigir de si, deve-se, tão-somente, entregar os resultados a Deus, que processará eventos, para gerar destinos… Não cabe a ninguém comandar o leme do próprio futuro – isto seria, em termos simbólicos bíblicos, “idolatria”: a do ego-racional, que quer tomar o lugar de Deus e dirigir a própria existência, com poderes absolutos. Ninguém tem poder para gerenciar todas as variáveis envolvidas na própria mente, quanto mais nos intrincadíssimos mecanismos de geração de acontecimentos, que envolvem a interferência de miríades de outras pessoas, com o livre-arbítrio de cada uma em jogo. E, se em termos cristãos-clássicos, poderíamos chamar de “idolatria” tal pretensão de domínio completo sobre si e a própria vida, podemos, no plano psicológico e pragmático, denominá-la, tão-somente, de ignorância, estupidez e presunção.
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Deve-se entender como necessário haver um certo abismo entre as duas dimensões de vida, a fim de que o indivíduo amadureça, quando encarnado, as próprias forças. O contato direto com os orientadores do Plano Maior amolentaria o caráter de muitos, que, assim, sem desafios, deixariam de crescer. Lamentar-se, pois, por não haver um contato e um convívio mais diretos com a dimensão espiritual de vida, indica desconhecimento do valor subido de se “estar só”, para que se seja compelido a tomar decisões e iniciativas de responsabilidade intransferivelmente pessoais.
(Coletânea coligida pelo médium Benjamin Teixeira, em 9 de outubro de 2006. Revisão de Delano Mothé.)
Fonte: http://www.saltoquantico.com.br