Se hoje o presente se lhe afigura lúgubre, recorde-se de que existem outros amanhãs por vir, e que, logo passe a hora que passa, estará liberto da sensação angustiante de prisão em que se encontra.
Tiraram-lhe as forças, roubaram-lhe o ânimo de viver, mas não lhe conseguiram seqüestrar a flama do ideal. Azucrinaram-lhe a consciência, conseguiram convencê-lo de ser um pária, arruinaram-lhe o moral.
Defenda-se, todavia, amigo, como se fosse um general, em batalha decisiva de uma guerra. Se hoje lhe tomam o laurel da vitória, estará sujeito a derrotas maiores no porvir. Não se renda. Erga a espada ainda mais alto e siga em sua refrega, com disposição renovada, e a palma do triunfo será sua.
Sim, conseguiram-no envilecer, nos seus pontos fracos. Enxovalharam-lhe o caráter e retiraram-lhe os títulos nobiliárquicos que lhe galardoavam a personalidade brilhante. Tudo fizeram por fazer com que descesse à condição mais abjeta, à sarjeta, à decadência, à total bancarrota. Quase conseguiram, diversas vezes, mas nunca atingiram, como jamais atingirão seu desiderato, se para isso forem impedidos pela Divina Graça. É esse seu grande trunfo: A Divina Providência quis que continuasse. Deus não abandona Seus eleitos em nenhuma circunstância. E, se sua sinceridade for suficientemente profunda, genuína e transparente, demonstrando-se em atitudes inequivocamente coerentes, sempre usufruirá dessa proteção especial.
Dessarte, meu caro amigo, se o seu dia está amargo, e se desceu ao charco de suas maiores derrotas, não olvide o Senhor de todas as coisas, e recomece com uma prece sincera e intensa, invocando-Lhe o Poder e a Misericórdia, e esteja certo de que Sua Mão não o deixará ao desamparo.
(Texto recebido em 15 de março de 2001.)