Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Como você se sente a respeito da sorte? Se sua mente anda às voltas com questões complexas, alimente-a. As pessoas tendem a paralisar e esperar que as coisas se resolvam por si mesmas, mas esse é um ledo e grave engano. Consulte especialistas, leia sobre o assunto, peça a opinião de gente mais experiente e madura. Em suma: movimente-se, colha informações, crie uma massa crítica de dados e ponha-os de molho, de “banho-maria” nos processadores do inconsciente, adicionando, para favorecer a excelência da elaboração conceitual, a prece, a meditação, a entrega a Deus de sua questão.
Não tenha pressa de obter um resultado pronto. Em matéria de funcionamento da mente, tudo tem que fluir naturalmente. Se, para se esperar o resultado de um comando dado a um computador moderno, amiúde se tem que esperar, oferecendo tempo para que a máquina processe as informações, como fazer diferente com a mente, em suas delicadíssimas teciduras de emoções, sentimentos, valores, ideias, conjecturas, abstrações, crenças inconscientes, convicções conscientes, percepções e cogitações pré-conscientes, inconscientes, superconscientes e conscientes?
Dê tempo ao tempo, e sua mente terá condições de produzir excelência, significado e propósito, num nível mais profundo, excelente e produtivo. Para tanto, porém, aprenda ouvir as mensagens que lhe chegam de suas estruturas mais íntimas. Elas falam de modo sutil, numa linguagem simbólica, intuitiva, espiritual. Assim o autoconhecimento será imprescindível, a fim de que distinga o que é neurótico do que é transpessoal; o que é patológico do que é transcendente; o que é resíduo mnemônico do que constitui uma profunda e espetacular experiência mística.
Por outro lado, não se perca num emaranhado de elucubrações e especulações vagas, sem aplicar suas conjecturas no dia a dia. É a experimentação que retempera ideias, dando-lhes feições novas, aprimorando-as, metamorfoseando-as completamente, conferindo-lhes validade e novos significados, revelando equívocos, novos rumos e novos campos de busca de experiência, revolucionando todo modo de pensar, na interação contínua entre prática e teoria.
Para isso, deve-se estar disposto a cometer erros, a tornar a tentar inúmeras vezes, e voltar a pesquisar, e tornar a tentar em seguida, até que, mui gradativa e trabalhosamente, com o esforço da realização consociado ao da inspiração, construa-se um esquema de possibilidades, checadas diuturnamente na prática, para os ensaios de solução, realização e expansão da mente, da vida e da felicidade.
Em resumo: não há respostas simples, para questões complexas.
(Texto recebido em 12 de agosto de 2004.)