Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Não tenha medo da felicidade. Abra-se a ela, gradativamente, para não se deslumbrar no fenômeno da euforia, mas permita-se pequenas mas permanentes doses de alegria, aqui ou ali, ou, melhor dizendo: aqui E ali.
Existe e premissa de que gente adulta é gente tensa e preocupada, angustiada a infeliz, esgotada na roda-viva de mil compromissos e contrariedades. Isso é um mito, embora seja real, num nível antropológico e cultural e tenha desdobramentos bem concretos na vida de milhões de criaturas. Mas não se trata de algo que não se possa reverter. Muito pelo contrário. Deve-se – eis a lei da evolução, que a todos enlaça em infinitas possibilidades e cambiantes da felicidade.
A mente precisa ser acostumada a novo padrão de felicidade. Os vícios culturais imiscuem-se, mais do que se pensa, ordinariamente, nos processos psicológicos mais sutis dos indivíduos, oferecendo base e encaminhamento a uma série de construções conceituais, sem correspondência propriamente factual. Por exemplo: alguém poderia, no passado, avaliar se uma moça era adequada ao casamento, considerando, tão-somente, se era virgem, prendada e de “boa família”, o que queria dizer, amiúde: de origem rica ou tradicional. Tais pressupostos de verdade, hoje risíveis, eram vistos como pedras inamovíveis de verdade, condicionando a vida em sociedade e definindo rumos para inúmeras vidas.
O mesmo se dá hoje. Ou supõe você que os conceitos e o desenvolvimento da inteligência, dos valores e da capacidade de abstração humana já chegaram a seu ápice? Pois bem: atente-se, assim, por criar hábitos novos em sua mente, de conformidade com suas reais necessidades e princípios ético-espirituais, e não de acordo com as exigências e expectativas de uma sociedade hipócrita e uma cultura pouco afeita à busca da verdade espiritual.
(Texto recebido em 12 de agosto de 2004.)