Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia
Se você se vê a braços com a mediunidade a serviço de Jesus, notar-se-á, amiúde, aturdido por mil azorragues ocultos. Pouquíssimos notarão seu esgotamento, as pressões ingentes que suporta, as renúncias e carências que suporta, os conflitos que se vê obrigado a carregar, sem condições de tudo sublimar.
Nem sempre terá sequer a compreensão de si mesmo, atormentado pelos complexos de culpa e pelo excesso de sensibilidade que o faz sentir-se medonho, quando é apenas fraco, humano.
Cercado, assim, de inimigos, dentro e fora de si, será um pouco um degredado em meio dos homens e mulheres comuns, circulando como um deles, sem ser, propriamente, um deles.
Siga, porém, a sua missão de amor. Se seu coração lhe pede o trabalho de canalização das forças do bem, faça-o. Sem pretensões de superioridade, sim; sem veleidades de parecer melhor que os outros, sim; mas dando sempre vazão a seus ideais de serviço fraterno.
Muitos ainda o vêem como um dementado. Outros, interpretam-no à conta de espertalhão. Ainda aqueles mais vêem-no como boa-praça, mas iludido e paspalhão. Não importando qual seja a opinião que façam a seu respeito, prossiga em paz, atendendo aos reclamos de sua consciência, na certeza de que esse é o princípio fundamental a ser seguido, a partir do qual tudo mais se consegue e realiza.
De certa forma, amigo, essa é a maior forma de felicidade, e você, assim, não está em contradição com suas propostas vanguardistas de pregar a felicidade em toda parte, porque, se a dor é grande para os que pautam suas vidas pelos mais elevados princípios ético-morais, as alegrias, indubitavelmente, são muito maiores e altamente compensatórias.
Sim, não é uma tarefa para todos, e é por isso que a maioria desiste aos primeiros testemunhos de sacrifício e devotamento. Mas, se já chegou até aqui, pode continuar, e aprofundar seu êxito, e caminhar em direção à meta que o inspira e motiva.
(Texto recebido em 3 de junho de 2003.)