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Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.


O amor, caro amigo, pode e é de sua natureza se manifestar espontaneamente, dos recessos do ser. Seja em sua forma familiar, íntima e pura, seja em suas expressões mais passionais de ordem sexual, de instinto de posse ou de luta pelo poder, o amor sempre se desdobra em caráter de energia, eclosão viva, alma!

A caridade, porém, que Jesus nos pediu tenhamos uns para com os outros, alude ao esforço de disciplina na prática do bem irrestrito, sem fazermos acepção de pessoas. Constitui uma determinação do espírito imortal, de molde a se preparar para os grandes vôos rumo à eternidade.

Não menospreze, assim, as formalidades do meio civilizado, que lhe soam falsas. A polidez na vida em sociedade, tanto quanto a prática auto-imposta da benemerência aos mais sofredores do mundo físico ou fora dele, são elementos indispensáveis para a elevação e o acondicionamento da psique, para os Altiplanos da Espiritualidade Superior. Se há a intenção sincera de se tornar melhor e dar o máximo de si à sociedade de que se é partícipe (e não de passar-se pelo que se não é, com o intuito de amealhar vantagens através disto), não há hipocrisia, e sim empenho evolutivo.

Eis por que consideramos extremamente apropriada a tradução bíblica, para os povos luso-fônicos, quando põe, na primeira carta a Coríntios de Paulo, em seu capítulo 13, a “caridade” ao lado da fé e da esperança, em lugar do vernáculo “amor”. Reflitamos sobre isto. É importante, além de se ser autêntico, empenhar-se genuinamente no processo de automelhora – isto também, paradoxalmente, é ser legítimo consigo mesmo, na medida em que se está respeitando o impulso imanente à transcendência, ínsito em toda criatura de Deus…

Um dia, prezado amigo, estará você em condições de manifestar, sem bordas, o oceano do amor incondicional, por qualquer criatura do universo. Entretanto, enquanto este Amor Divino não brotar fluente, transbordante e inesgotável do fundo de sua alma, esteja certo de que estará matriculado no longo curso do crescimento paulatino, mas constante, que se deve empreender na reforma e/ou reconstrução do próprio psiquismo, de dentro para fora…

(Texto recebido em 12 de março de 2007. Revisão de Delano Mothé.)

(*) Nesta mensagem, a grande mestra da Espiritualidade, com seu brilho e sabedoria de sempre, de modo sucinto e didático como só ela sabe ser, rebate uma opinião minha, longamente acalentada e, inclusive, apresentada em público, inúmeras vezes. Claro que, agora, tive que rever meu ponto de vista, não só por respeito à autoridade intelecto-moral da mentora espiritual, mas por não encontrar contra-argumentos para suas colocações magníficas.

(Nota do Médium)