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Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo Espírito Eugênia.

A felicidade possível na Terra começa com o reconhecimento da “dor do existir”. Fugir dela gera posturas escapistas e autodestrutivas graves, quais as diversas toxicomanias e o crime de variada tônica e natureza. A questão é que, como seres inacabados, a todo momento atravessamos fases de exercício evolutivo, amiúde simultaneamente em vários âmbitos existenciais. Tais exercícios, frequentemente vistos como “castigos” ou “provações”, são em verdade “provas” ou “testes” que a Divina Providência nos oferece, por expressão de Seu Amor e Misericórdia, “treinamentos” esses que nos oportunizam galgar níveis mais altos de consciência, por meio de circunstâncias e experiências normalmente coalhadas de incitações a nos despertarem para a necessidade de esforço pessoal.

A dor comparece como estímulo a empreendermos esse esforço – inclinados que somos à “preguiça animal”. Em seus primeiros efeitos, afigura-se-nos contraproducente, injusta ou sem nexo; mas, em suas consequências a médio e longo prazos, confere-nos magníficos resultados de realização profunda, de vitória sobre nós próprios e nossas limitações, o que, por conseguinte, agrega-nos capacidade para a felicidade verdadeira, porque duradoura e assentada em bases reais: a de valores intemporais e não de conjunturas passageiras, que nos deixam sem chão, volta e meia, enquanto teimamos em “fazer de conta”, para nós mesmos, por infantil postura de conveniência e comodidade, que a areia movediça das conquistas e situações do mundo material constitui alicerce firme, sobre o qual poderíamos erguer o edifício de nossas vidas e de nossa ventura – por isso, comumente nos flagramos chafurdando ou nos afogando, no pântano das expectativas frustradas, quando não, escoriados, esmagados e hemorrágicos, sob os escombros de nossos sonhos egomaníacos despedaçados.

(Texto recebido em 11 de fevereiro de 2013.)