por Benjamin Teixeira.
Chico Xavier, a alma santa… Sua aura, medida por cientistas da Nasa, a agência espacial norte-americana, nos anos 60 do século passado, apresentava assombrosos dez metros de raio, quando a maioria dos mortais tem apenas alguns centímetros de irradiação luminosa além da pele (a aura define, entre outras coisas, a qualidade, elevação e profundidade dos sentimentos de uma criatura). 412 livros publicados, quando em vida física. Obras de caridade que nem se tem como quantificar, diretamente criadas por ele ou indiretamente inspiradas em seu exemplo e trabalho mediúnicos.
Bem, aconteceu com este homem ímpar:
No final dos anos 30, Chico tinha um amigo íntimo, com quem chegava a dar longos passeios de braços dados, num bosque próximo a Pedro Leopoldo. Pois a esposa deste homem flagrou um destes passeios e forçou o afastamento definitivo dos dois, aos brados de: “Monstro! Monstro!”
Líderes famosos do movimento espírita da época escreviam-lhe longas cartas acusatórias, alcunhando-o de obsediado pela vaidade, por estar publicando tantos livros, em tão pouco tempo.
Em 1944, chegou à banca dos réus e por pouco não parou na cadeia, entre a acusação de charlatão e a de ladrão de direitos autorais, no famigerado “Caso Humberto de Campos”.
Um pároco de sua cidade natal, ao final dos anos 40, após uma série de ataques diretos à sua pessoa, na imprensa local, chegou a entrar no centro Luiz Gonzaga, em que Chico trabalhava, para vituperá-lo pessoalmente, dizendo-o um ser desprezível, entre xingamentos outros, impublicáveis.
Em 1958, um de seus sobrinhos, o mais próximo, dotado de mediunidade, com quem o grande médium trabalhou lado a lado, já diante de um Chico esgotado em plena meia idade, em entrevista à Revista Cruzeiro, o semanário de maior circulação no país por aqueles dias, afirma, categoricamente, que não só ele como seu tio famoso não eram médiuns e que todo seu trabalho era fruto de longos anos de leitura e estudo.
Em 1964, um médium conhecido, com quem Chico dividiu autoria de 17 livros, em trabalho conjunto de recepção psíquica, desertou da causa espírita, dizendo à socapa portar Chico desvios sexuais, que precisavam ser tratados.
E, já nonagenário, exaurido, quase um zumbi de heroísmo na luta por continuar transmitindo mensagens de amor e de fé, Chico foi quase envolvido num escândalo de desvio de verbas hauridas de sua obra mediúnica, por seu filho adotivo e sua nora.
O fato é que, com o tempo:
O amigo íntimo e sua esposa desapareceram nas brumas da obsessão declarada.
Os “famosos” líderes espíritas que tentaram atassalhar Chico deixaram de ser prestigiados e acabaram completamente nublados pelo esquecimento do grande público.
A viúva de Humberto de Campos e seus herdeiros foram completamente encobertos pela poeira do tempo, em completo anonimato e mediocridade.
O pároco inimigo de Chico morreu em trágico acidente automobilístico.
A Revista Cruzeiro sumiu completamente, a ponto de nem mesmo existir na memória dos mais novos.
O sobrinho de Chico morreu num hospício, ateando fogo ao próprio corpo.
O médium amigo de Chico encetou um empreendimento patético, redizendo com novos nomes apenas um único campo do estudo científico do espiritismo, encerrando seu brilhante trabalho como psicógrafo e caindo em total ostracismo ante o público que o admirava.
E, por fim, o filho e nora de Chico vivem sob a sombra da vergonha e a luz do pai e sogro ilustre-santo, sabe lá Deus por quanto tempo…
Interessante como o mais chocante costuma acontecer com as pessoas que menos merecem! Fiscalizados com olhos de lince pelas forças das trevas, que pugnam por destruir e desmerecer a obra da luz que é realizada por seu intermédio, os embaixadores do bem sofrem toda sorte de perseguição dantesca, a ponto de os menores gestos de amor serem interpretados à conta de medonhos atos criminosos. E se isto aconteceu com Chico, que era genuinamente um santo, o que poderíamos esperar para nós, pobres e imperfeitas almas, longe ainda da luz dos grandes espíritos?
Chico Xavier era realmente um ser de luz, mas é muito comum almas medíocres desenvolverem a expectativa de santidade e cobrarem provas de luz de quem apenas se esforça por acertar, fazendo violência a si mesmo, para fazer o que está, amiúde, além de suas forças. E, justamente por isto, o demérito pode ser ainda maior em tentar destruir o bem que é feito, por quem se dispõe a ser canal da Luz, tentando, a duras penas, acender a luz em si mesmo e nos seus semelhantes.
Curiosamente (ou poderíamos dizer sintomaticamente), quem parte para o festim do mexerico costuma ser gente que não demonstra nada do que poderia ser considerado comportamento exemplar, a ponto de poder estar à altura de criticar o que nem tentou fazer, quanto mais estar acima do que censura, para que possa avaliar. Mas, por mais que tais caluniadores de plantão se sintam certos em sua flama de ódio, inveja e loucura, a justiça indefectível da lei de causa-e-efeito procurá-los-á onde estiverem, para cobrar seu tributo implacável, e tanto pior, quanto mais tarde chegar. A misericórdia divina não os poderá alcançar, então, porque não foram misericordiosos sequer com quem se empenhava em fazer o bem, espremendo o próprio ser, em ingente esforço moral.
Citei apenas alguns momentos pouco críveis da biografia da dulcíssima alma de Chico Xavier, quando entre nós no último século, apenas para dar uma idéia de como o bem costuma ser perseguido pela mesquinharia do mal. A lei do carma, entrementes, cobra um preço mastodôntico daqueles que tentam se interpor ao prosseguimento da vontade divina, principalmente quando tentam eliminar ou atrapalhar o serviço daqueles que se põem, devotados e sacrificados, a serviço do Altíssimo. Nestes casos lamentáveis, o caluniador ou difamador paga na medida do bem que pode estar comprometendo, em efeito dominó, no presente e em toda a cadeia de eventos no futuro, o bem que pode estar deixando de ser feito e todo mal que pode advir deste bloqueio ao bem. Atacar quem ajuda a muitos representa um carma de tamanho ciclópico!…
Assim, se você, prezado leitor, se sente perseguido injustamente, estando a serviço de Deus, lembre-se do que o Nosso Mestre nos disse, há quase dois mil anos, no célebre Sermão da Montanha, conforme registros de Mateus, 5;11-12:
“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós, por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos Céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.”
E, para completar nosso hino de esperança, repita conosco o lema do Projeto Salto Quântico, extraído da epístola do Apóstolo Paulo aos Romanos, capítulo oitavo, versículo trinta e um:
“Que diremos depois disto? Se Deus é por nós, quem poderá estar contra nós?”
(Texto redigido em 28 de setembro de 2005.)
(*) Prezado internauta: os orientadores desencarnados do Projeto Salto Quântico fizeram muita questão que escrevesse sobre o tema que aqui desdobrei, de minha própria lavra, embora sob inspiração deles. Você saberá para quem remeter esta mensagem clicando abaixo, ou mesmo imprimindo-a para distribuir pessoalmente. Somos uma grande rede de fraternidade e sabedoria, a salvar pessoas do suicídio e da loucura, por múltiplos modos, e a conduzir multidões à plenitude e à felicidade. Faça parte desta rede.
(Nota do Autor)