Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Gostaria de traçar alguns apontamentos ligeiros a respeito de tarefas medianímicas. Lembrar nossos prezados amigos que o trabalho da mediunidade está incurso, em sentido mais amplo, no campo das intermediações de todos os gêneros.
Todos somos intermediários, em diversos sentidos, em múltiplas funções na vida. Entre nossos irmãos em humanidade, num sentido de horizontalidade social. Também estamos canalizando Deus, no vetor da verticalidade, quando cuidamos de nossos entes queridos – filhos, por exemplo, ou pupilos; alunos, quando somos professores; pacientes e atendidos, quando médicos ou psicoterapeutas. Outrossim, intermediamos, no momento em que representamos autores já desencarnados, ou mesmo encarnados que não se fazem presentes. Como porta-vozes de escolas de pensamento específicas, fazemo-nos embaixadores de certas correntes de idéias e de valores. Quando adeptos de determinada doutrina ou sistema ideológico ou religio-filosófico, igualmente tornamo-nos médiuns desta freqüência de conceitos, de sentimentos e de condutas conseqüentes. Por fim, por meio da inspiração, através das ondas mentais que emitimos e que captamos continuamente, nas faixas psíquicas em que escolhemos estar, predominantemente, por definição de nossos hábitos de pensar e sentir, estabelecemos sintonia com entidades que habitam outras dimensões de consciência, seja na relação entre encarnados e desencarnados, seja na que se dá entre desencarnados em padrões diferentes de vibração.
Em quaisquer destas situações da vida, a responsabilidade, em suma, é de cada indivíduo, por gerar e se decidir por fixar-se no diapasão mental em que deseja prevalentemente residir. Por isto, almejar ser e se sentir algo melhor não é um projeto pretensioso: constitui dever impostergável e impreterível de auto-educação. O trabalho de auto-conhecimento e auto-corrigenda nos favorece, assim, galgar novos níveis de ideação e de comportamento, como de construtividade em nós mesmos e nas vidas de outras pessoas.
Vale considerar, por outro lado, que isto deve ser feito como um trabalho diário, um dever corriqueiro; todavia pugnando por nos manter indenes dos excessos de auto-policiamento, das paranóicas de culpa, do sentimento de obrigatoriedade em acertar, que indicam perfeccionismo, traços perigosos de narcisismo, quando não degringolando em histeria.
Sempre partamos da premissa de que erros serão cometidos, sem que isto nos conduza a um estado de relaxamento e displicência. Desde que reconheçamos não estar sendo omissos e negligentes, devemos preservar a paz, ao nos flagrar em deslizes, aqui ou ali, desta forma ou d’outra, procurando, nestes instantes amargos de perceber o nosso lado sombrio e limitado em cotejo com nossa consciência e seus ideais subidos, transformar a decepção com nós mesmos em exercício de humildade.
Seguindo esta singela mas complexa cartilha de condução psicológica, estaremos nos capacitando a viver em níveis progressivamente mais altos de consciência, e a nos alinhar, com cada vez maior qualidade, com as vibrações da Divina Sabedoria.
(Mensagem recebida psicofonicamente, em reunião mediúnica fechada de 4 de outubro de 2005.)