(Diálogo mediúnico)
Benjamin Teixeira,
em diálogo com o espírito Eugênia.
(Benjamin) – Eugênia, em seu último livro, Paulo Coelho propõe a existência de uma “Superclasse”, formada por uma elite de elites, que enfeixaria algo em torno de 6 mil pessoas, em todo o globo, detentoras de praticamente todo o poder sobre o planeta. É razoável pensar-se assim?
(Eugênia) – Num nível operacional-direto, sim. Seria o equivalente a dizer-se que, na França do século XVIII, a realeza e a aristocracia detinham praticamente todo o poder sobre a nação mais culta e rica da época, submetida a um regime de monarquia (absolutista). Existe, porém, um pano de fundo mais poderoso do que organizações sociais, elites dominantes ou sistemas de poder: as idéias subjacentes ao “establishment” e os movimentos evolutivos subliminares da mente coletiva, que, amiúde, desbancam impérios considerados, por muito tempo, inexpugnáveis, como foi o caso do Império Romano, que veio à debacle em 476 d.C.
(Benjamin) – Muito interessante. Este pano de fundo que você sintetizou em “idéias subjacentes ao ‘establishment’ e os movimentos evolutivos subliminares da mente coletiva” é um fenômeno auto-regulado, semelhante ao que ocorre no desenvolvimento de um feto ou de uma criança (que obedecem a ditames intrínsecos à sua própria constituição fisiológico-genética), ou existiria uma outra “elite”, “invisível” à percepção menos profunda, que estaria atuando como diretrizadora de tal mecanismo de condução e transformação popular?
(Eugênia) – Os dois fatores etiológicos existem, concomitantemente. Há um vetor imanente à evolução, nas estruturas (individuais ou coletivas) que envolvam processos psicológicos, com isso sendo desencadeado, como que automaticamente, o movimento evolucional. Há uma tendência insopitável à complexificação dos organismos (o que inclui a dimensão mental e social dos seres em nível humano ou posterior a este), mas também existem criaturas, intrínseca e isoladamente consideradas, que funcionam como agentes catalisadores, quando não gerenciadores do movimento geral de evolução da consciência. Quanto a este último quesito, cabe considerar que há dois domínios de existência e atuação desta classe ou, nos dizeres do escritor brasileiro supracitado, “superclasse”: a parte dos seus componentes que jaz no plano extrafísico de consciência (de longe, a mais importante, pois que mais conectada à Influência Divina) e a sua contraparte ou desdobramento no campo físico de vida.
(Benjamin) – Quem seriam estes, Eugênia?
(Eugênia) – Estão disseminados nas mais variadas expressões da atuação e do saber humanos. Alguns são mais obviamente detectáveis; outros, só a pente-fino se descobrem; outros ainda, só o futuro revelará. Raros têm consciência de sua missão; poucos suspeitam; a maior parte, de todo, ignora. Em retrospectiva histórica, é mais fácil, por exemplo, compreender o que dizemos. Embora, na virada do século XIX para o XX, magnatas bilionários como John Davison Rockefeller e estadistas hiperpoderosos, qual o czar russo Nicolau II, fossem expoentes da tal “superclasse” acima referida, Sigmund Freud, na elaboração inicial de suas teorias, ainda um “ilustre desconhecido”, e Madame Marie Curie – prestigiada, mas pobre e faltamente enferma – integravam a outra elite de influência subjacente, que aqui vamos denominar de “hiperelite” ou “hiperclasse”. Alguns raros representantes desta categoria de transformadores da espécie humana são reconhecidos como beneméritos da Humanidade, ainda em vida, como foi o caso de Thomas Edson e Mahatma Gandhi, que, também há cem anos, não só estavam ativos, como ascendentes em suas carreiras, partícipes (estes dois) de uma cúpula curiosa, porque pertencentes às duas comunidades de influência, simultaneamente – a do poder atual e a do poder subjacente, ou, fazendo uso dos dois neologismos: elementos constitutivos tanto da “superclasse”, quanto da “hiperclasse”.
As personalidades que vêm à Terra para fermentar a psique coletiva, no sentido de acelerar-lhe ou conduzir-lhe, com mais equilíbrio e segurança, o progresso e amadurecimento, em seus conceitos e arcabouços de valor, podem ser artistas controversos ou mesmo escandalosos, cientistas criadores de rupturas paradigmáticas, estadistas revolucionários e carismáticos, mas também santos anônimos e intelectuais aparentemente inexpressivos.
(Benjamin) – Poderia clarear um pouco estes dois últimos “tipos”, componentes da tal “hiperclasse” a que você se refere?
(Eugênia) – Monges budistas ou freiras católicas, para o primeiro caso; autores eruditos e pouco lidos (na segunda hipótese), que produzem as sementes ou geram a fagulha de inspiração para movimentos bem maiores, que serão “encarnados” por outras figuras, estas sim públicas, de seu tempo ou, mais provavelmente, de gerações porvindouras. Uma mãe amorosa e justa, que instila ideais e convicções inabaláveis, num homem que virá a ser um estadista-referencial, décadas mais tarde, beneficiando milhões, com suas iniciativas audazes, seria um bom exemplo de um psicotipo ou sociotipo que combina elementos destes dois tipos menos óbvios de integrantes da “hiperclasse”, conjugando valor moral e filosófico em perfeita síntese.
(Benjamin) – Interessantíssimo, Eugênia…
(Eugênia) – Sem dúvida.
(Benjamin) – Poderia falar algo, em público, agora, acerca daquela revelação que me fez sobre a relação entre o massacre em massa de monges no Tibet, pelo poderio comunista da China, em 1959, e a crise dos mísseis de 1961? Creio que haja uma ligação direta com o assunto em torno de que discorremos. Isso, acredito, outrossim, clarearia um pouco esta questão: como uma pessoa que apenas esteja se posicionando numa faixa de princípios morais ou de vibração de sentimentos mais alta pode efetivamente colaborar para o bem-estar geral.
(Eugênia) – Sim, há correlação entre os temas – e muita. Para isso, devemos entender que os potenciais vibratórios superiores de sentimento neutralizam emissões contrárias, em proporção de força exponencialmente predominante. Assim, um pequeno acréscimo de elevação na qualidade dos sentimentos, em uma única pessoa, é capaz de anular o baixo diapasão de emoções e impulsos bestiais de um número impressionante de personalidades primitivas, neuróticas, viciosas ou mesmo criminosas. Alguém que ostente um padrão de bondade, desapego, desinteresse e sincero devotamento à causa do bem, exalando otimismo, esperança e paz, pode, virtualmente, solapar oceanos de emanações deletérias, de comunidades inteiras de degenerados de todos os matizes. “O amor cobre a multidão de pecados”, como asseverou o Apóstolo (*1). Quando, a um só tempo, milhares de criaturas disciplinadas, nos mais rigorosos métodos de foco espiritual nobre, foram extirpadas da face do globo, no episódio da chacina dos monges tibetanos, em 1959, o equilíbrio entre as potências da construtividade e da destrutividade se rompeu, quase propelindo a humanidade à auto-extinção. Foi um movimento muito bem calculado, por estrategistas diabolicamente geniais do domínio extrafísico de vida, interessados em arrastar a Humanidade ao abismo da autodestruição, auferindo legiões gigantes de escravos mentais, em suas hordas inumeráveis de desesperados-parasitados, que lhes alimentam a ganância insaciável de poder, na dimensão imaterial de existência. Logrando fácil maleabilidade no psiquismo dos dirigentes chineses daquela época, cheios de brechas escancaradas à imoralidade e à selvageria, pelo ateísmo oficial em que não só militavam, mas sinceramente acreditavam, conseguiram tais mentes brilhantes do campo astral inferior de consciência instilar-lhes o desejo e a iniciativa genocida, favorecendo um contexto psíquico planetário propício à conflagração de uma guerra nuclear de grandes proporções, entre as duas superpotências da época: EUA e URSS – clímax da Guerra Fria –, então já munidas de um arsenal aterrorizante de armas nucleares devidamente instaladas em mísseis balísticos de longo alcance, intercontinentais. Grandes missionários do bem – seres de luz, como diriam os espíritas – estavam reencarnados, por aqueles dias, entre os monges tibetanos, justamente para sustentar a harmonia mínima de forças entre o bem e o mal, no orbe terrestre. Em outros evos da humanidade, tal equilíbrio várias vezes se perdera, o que desencadeou verdadeiras enxurradas de sangue e devastação, epidemias e hecatombes naturais, que dizimavam populações inteiras, a exemplo da Guerra dos Cem Anos, que teve como desfecho a mortífera epidemia de “peste bubônica”, extinguindo, no curto espaço de quatro anos, um terço da demografia européia; ou mesmo do que ocorreu nas primeiras cinco décadas do século XX, que conheceram os dois maiores confrontos bélicos (e mais devastadores) de todos os tempos – as duas grandes guerras mundiais.
As Autoridades do Domínio Excelso de Vida, contudo, sabendo, de antemão, que tal desequilíbrio de forças não poderia acontecer, plenamente, em nenhuma ocasião, depois que a tecnologia bélico-nuclear estivesse disponível ao gênero humano, providenciaram a tal reencarnação de seres depurados, em grande cópia, de molde a que a humanidade, em nosso planeta, não resvalasse para o fundo do precipício. Tal ponto mínimo de segurança, neste contrabalanço de forças Bem-mal, havia recentemente sido encontrado (final da década de 1940, pouco após o término da segunda grande guerra). Os brilhantes estrategistas do mal, entretanto, inteligências avançadas (moralmente decaídas) do âmbito extrafísico de consciência, que compreenderam toda esta complexa logística do Campo Sublime de Vida, deliberaram, então, fomentar uma execução em massa destes seres especialmente virtuosos encarnados, promotores da paz global, para que pudessem, por conseguinte, atingir seus fins. Perpetrada a execução em massa dos “antenas vivas emissoras da paz”, no tal evento vergonhoso de ’59, e o ponto de equilíbrio de forças foi eliminado, dando-se o tenso e silencioso confronto das marinhas americana e russa, próximo à Ilha de Cuba, apenas dois anos depois deste episódio dantesco do Tibet, quase projetando a biosfera terrena no apocalipse nuclear.
Os grandes Gênios do Plano Superior de Vida, porém, em nome dos Cristos dirigentes do orbe, antecipando a possibilidade de tal movimento de reação dos agentes conjugados do mal, já haviam programado um “plano B” – se é que assim podemos dizer –, para a eventualidade de a presença dos seres redimidos não poder ser contada mais no plano físico: diante da impossibilidade de se fazer uso da vibração sutilíssima e poderosíssima, na neutralização do mal, que os monges tibetanos emanavam de seus chacras superiores, desencadeariam, por inspiração, um movimento de liberação de forças positivas (embora não tão nobres), pelos plexos ditos inferiores do psiquismo humano (sobremaneira o sexual). Eis por que, ao notarem a inclinação dos movimentos políticos, no sentido do genocídio no Tibet, lançaram aos píncaros da celebridade, da noite para o dia, várias figuras libertárias da sexualidade humana, em massa, na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos: Elvis Presley, Brigitte Bardot, Marilyn Monroe, James Dean, Marlon Brando, Sophia Loren. E, de fato ocorrendo o incidente de Cuba, acionaram maior número de agentes da liberação catártica do “amor das multidões” (só possível, em grande escala, pelos habitantes da Terra, por meio de manifestações primitivas de amor), ocasionando o movimento denominado por historiadores e sociólogos de “A Revolução Sexual dos anos 1960”. Beatles, “rock and roll”, movimento hippie do “paz e amor”, com o slogan mais do que sugestivo do “faça amor, não faça guerra”, passando pela queima dos sutiãs do movimento feminista até a eclosão do movimento gay, no famigerado embate entre homossexuais e policiais em Nova York, em 1969. E foi o que se deu: não mais milhares de santos estavam vibrando muito alto o amor, mas uma legião de centenas de milhões, exalando amor, embora numa freqüência bem mais baixa: a do amor tão-só sexual. O poder de neutralização do mal, apresentado pelo sexo mais bem vivido, estava longe de se equiparar à capacidade de anulação do mal que as dimanações sublimes dos santos encarnados logravam, mas, como a liberação do sexo aconteceu na escala dos milhões, no somatório final equivalia à ajuda oferecida pelos poucos milhares de virtuosos em meditação no Tibet, para a manutenção do mínimo padrão de harmonia no globo.
(Benjamin) – Incrível, Eugênia! Algo a dizer sobre isso?
(Eugênia) – Sim: destacar como cada criatura, consciente da importância da Espiritualidade e da fé, pode realizar verdadeiros prodígios de bem comum, tão-somente pela prática da oração e da meditação, favorecendo uma preponderância das potências do bem sobre os vetores da desagregação, em torno de si, e mesmo muito além do que se imagina possível.
(Benjamin) – Agradecido.
(Eugênia) – Que cada um dos que leiam agradeça por meio da disciplina acentuada de preces e boas vibrações, em todas as circunstâncias da vida prática (desde a intimidade doméstica a situações solenes das relações sociais), reservando um momento no dia, ao menos, para a exclusiva ocupação com um exercício preferencial de orações ou meditações. Está-se, com isso, sem exagero ou hipérboles metafóricas, colaborando para salvar o planeta.
(Diálogo travado em 12 de agosto de 2008. Revisão de Delano Mothé.)
(*1) I Pedro, 4:8
(Nota do Médium)
Convite:
HOMENS PODEROSOS, MULHERES MARAVILHOSAS.
A força, o carisma, o fascínio e a influência, por detrás dos grandes homens e mulheres, serão o tema da palestra de Benjamin Teixeira, no próximo domingo, 17 de agosto. As ilustrações de filmes, para variar, estão impactantes e inesquecíveis, e a orientação dos sábios desencarnados, por meio da mediunidade de nosso professor de Espiritualidade, como sempre, está prometida para o fim da preleção, que começa às 19h30, no “Mega Espaço”, Rua Nossa Senhora das Dores, 588. Lembre-se de que os passes começam a ser ministrados às 18h50, e são ótimos para você assistir à palestra mais tranqüilo e leve, livre das más energias da semana. Evento beneficente, a levantar fundos para o programa Salto Quântico, que transmite, gratuitamente, para todo o país, em rede nacional de TV (CNT, 15h30 de sábados), a salvadora mensagem da imortalidade da alma e da assistência dos bons espíritos. Informações: 3041-4405.
Equipe Salto Quântico.