(Meditação do Dia de São João)


Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Hoje, dia dedicado a João, o Precursor, “a Voz que clama no deserto”, interpretemo-lo como uma oportunidade de exortação ao serviço de integração de nossas personalidades, em nível maior de engajamento no plano da Idealidade Divina.

Baptista, como foi conhecido o ínclito predecessor de Nosso Senhor Jesus, nasceu parente d’Este, apenas seis meses antes do natalício do Cristo: eis então o motivo de a comemoração de seu nascimento acontecer um semestre exato antes da celebração do surgimento de Jesus, no mundo físico. Respondeu o profeta do deserto, já em pregação, argüido sobre ser ou não o Messias: “Aquele que me virá empós, ser-me-á de tal modo superior, que não serei digno sequer de Lhe desatar os cadarços das sandálias.”

A utilização de um paradigma de exegese metafórica do conteúdo simbólico da efeméride da hagiografia cristã favorece-nos uma curiosa reflexão. O ego – como centro de personalidade, para a esfera operacional da existência, dentro do “continuum” espaço-tempo (na matéria ou fora dela) –, com efeitos de caráter deliberativo, ajuíza a respeito do urgente, analisa o que é diretamente observável pelos cinco sentidos, quanto faz uso da lógica e da abstração racional, para pensamentos mais complexos, para elaborações de idéia um pouco mais profundas, sem, contudo, alcançar o estrato dos sentimentos, da moralidade, do ideal, do sentido de propósito. Somente o Eu Superior, ou Self, porta Luz suficiente para esclarecer o que existe como compromisso, finalidade e espiritualidade, no imo da psique.

Tal como João Baptista, nossos egos têm que estar contextualizados, na medida correta de sua importância e função. Não podem assumir funções que lhe não são próprias, destruindo, com esta ingerência, patrimônios sagrados da alma.

Não tome decisões, em sua existência, baseando-se na apreciação do ego – ou seja: sob a perspectiva da vaidade, da competição, da raiva, do medo, da dúvida, de todas as formas de paixões mesquinhas, aviltantes, animalescas. Aceite, sim, sua humanidade, administre suas necessidades egóicas, mas, ao definir prioridades ou focos fundamentais de trabalho, de ocupação (inclusive as de natureza não remunerada), de aplicação de energia e tempo, jamais se deixe balizar pelos pruridos de controle e hedonismo do ego e seu irmão gêmeo, ainda mais inadequado para as grandes decisões do espírito: o eu-animal ou eu-inferior.

O Self, o Centro de Personalidade mais importante da consciência (*), o “Arquétipo da Totalidade”, precisa atuar, na orquestração das miríades de elementos arquetípicos da psique, em nível de soberania ou, pelo menos, de prevalência, no campo da tomada de decisões, no âmbito de todas as estipulações de significado e princípios de moral e fé.

Medite, amigo, em torno destas considerações essenciais para seu crescimento e realização profunda, procure ajuda abalizada de profissionais da psicoterapia, ou mesmo de orientadores de ordem espiritual (suficientemente amadurecidos e informados na plana psicológica), e trabalhe, todos os dias, por desenovelar a complicada teia de confusões, na hierarquia de necessidades e aspirações de seu ser. Assim, você se estará convertendo num legítimo precursor, no âmago de si próprio, do despontar do Espírito Superior que habita a sua intimidade, e que tende a expandir-se, solidificar-se, aprofundar-se, em todos os sentidos.

(Texto recebido em 24 de junho de 2008. Revisão de Delano Mothé.)

(*) O ego, conforme a psicologia junguiana, seria o outro centro da personalidade, o único percebido pela massa maior das criaturas humanas na Terra.

(Nota da Autora Espiritual)

Nota de Esclarecimento:

Julgamos de bom alvitre nós mesma virmos a público esclarecer quanto à não-disponibilização de artigo mediúnico ou inspirado, no dia de ontem, neste sítio eletrônico, conforme a estipulação programática de caráter permanente aqui instituída.

A mediunidade, em sua complexa tessitura, com suas oscilações naturalíssimas, amiúde inviabiliza, por tal “inconsistência funcional”, a produção de comunicações de qualidade. O prezado medianeiro aguardou, na referida data, oportunidade de conectar-se a nós de modo apropriado e seguro, para a captação de orientações de sabedoria e conforto, destinadas à coletividade, que não pecassem por deturpações grosseiras de seu inconsciente. Não lhe tendo sido possível canalizar com clareza, nem recebendo inspiração a escrever por si mesmo (como o fez na madrugada do domingo próximo passado), preferiu deixar uma lacuna nas publicações deste sítio eletrônico a sujeitar-se ao perigo alto de incorrer numa falta grave de filtragem psíquica, no que lhe aprovamos a decisão sensata de suspensão provisória das publicações. Dessarte, não foi trazida a lume mensagem alguma no dia de ontem, segunda-feira, 23 de junho.

Que Jesus e Sua Mãe Amantíssima, Maria de Nazaré, cubram-nos de bênçãos de paz e felicidade, hoje e sempre,
Eugênia.
Aracaju, 24 de junho de 2008.