Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
(…) Vou, assim, ditar, para que o prezado amigo os publique, alguns tópicos do que julgo essencial em “O Livro dos Espíritos”, a completar 151 anos de publicação, no próximo dia 18 de abril:
1) Primou pela busca do entendimento universal, numa era de desenvolvimento das especialidades científicas, tendência que, até hoje, continua a crescer, tanto quanto a necessidade de uma visão sistêmica da realidade prossegue paulatinamente mais grave.
2) Buscou dar uma visão inclusiva da perspectiva espiritual, na abordagem filosófica e científica de mundo, assim tornando a religião parte do artigo de considerações decentes, nos meios cultos, ainda que, lamentavelmente, à época, já grassasse, como tendência irrefreável, a inclinação a interpretar-se a religiosidade como fraqueza pouco defensável de caracteres mal-constituídos e de intelectos pouco desenvolvidos.
3) Tratou do Cristianismo como vértice fundamental da moral, da ética, da espiritualidade e da fé, a nortearem e balizarem as premissas de verdade, valor, finalidade e propósito de ser e progredir de toda criatura humana, na Terra ou fora dela.
4) Ignorou a arrogância apriorística de grandes teóricos originais, que tendem a se apresentar como conclusivos ou irretocáveis em suas postulações ideológicas e conceituais. Respeitando o viés profundamente científico da iniciativa que os espíritos de escol lhe haviam incumbido de realizar, o codificador Allan Kardec procurou deixar bem claro, em seus escritos para a posteridade, a convicção na necessidade de adaptações e implementações cumulativas, que ocorreriam, no suceder das eras, em sua obra lavrada no século XIX.
Muitos outros aspectos poderíamos evidenciar, deste compêndio basilar do Pensamento Espiritual humano. Como nosso intento, desta feita, todavia, não é documentar alguma tese excepcional ou descortinar novas perspectivas ao gênero humano, em torno da temática, suspendo, por aqui, a tessitura de meus comentários, na órbita do assunto, com o intuito, inclusive, de provocar, no internauta arguto, o ler, compulsar e estudar este tomo singular do Conhecimento Universal.
(Texto recebido em 17 de abril de 2008. Revisão de Delano Mothé.)
(*) Fazendo uso de um sistema de psicografia-psicofonada, em que a adorável orientadora teleguia-me os movimentos e a fala (enquanto escrevo) à distância, como se utilizasse um controle remoto psíquico (método habitualmente utilizado apenas para o envio de mensagens de ordem pessoal, pela exigência de maior precisão, no uso de cada palavra do texto), Eugênia, talvez pelo valor ímpar do tema e da data, pediu para assim transmitir o artigo que aqui trazemos a lume, na véspera do 151º aniversário de publicação de “O Livro dos Espíritos”, e do conseqüente surgimento do Espiritismo, como o corpo de idéias que conhecemos hoje em dia. Por conta disto, o texto tem uma fraseologia de construção diferenciada, menos cotidiana e atualizada, embora clara e didática, já que o modo eugeniano de ser foi mais evidenciado, sem filtragens ou adaptações mais profundas, quais as que ocorrem pela psicografia padrão que utilizo, normalmente, para peças a serem publicadas neste site, circunstância esta em que a audiência e a vidência mediúnicas casam-se à intuição e à escrita automática, a fim de dar uma conformação menos precisa e mais literária, menos telegráfica, mais extensa, à comunicação do pensamento da mestra desencarnada. Em função deste caráter mais intimista e pleno na intersecção mental entre a sábia do Plano Sublime e este deficiente porta-voz mediúnico, a redação desta epístola da missivista espiritual começa de modo informal, constituindo, inclusive, tal composição, trecho de minha conversação privada com ela, do dia que segue assinalado abaixo da comunicação psíquica.
(Nota do Médium)