Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Um assunto ficou pendente ontem, se prestar atenção..

É? O quê?

A liberdade de os pais proibirem seus filhos adolescentes de fazerem sexo em casa. Pensei que você houvesse expendido um conceito universal. Quer falar sobre isso?Sim. Nada deve ser generalizado, como o bom senso atesta. Nessa época, inclusive, de grandes complexidades, em que as polêmicas se fazem mais calorosas, e as divergências sempre são respeitáveis, não podemos uniformizar condutas e decretar regras universais. Como, todavia, muitos de nossos leitores nos consideram os pareceres, com a inclinação de compreendê-los como um oráculo divino a falar – no que, apesar da gentileza de tal visão a nosso respeito, sou obrigada a declarar não se tratar de uma verdade – venho aqui deixar bem claro que cada um pode, em discordando do ponto de vista que apresentamos, seguir, tranqüilamente, o que sua consciência pedir, mesmo porque, de acordo com o caso, até mesmo regras universais têm que sofrer adaptações justas, a fim de que haja ajuste para situações particulares.

Ah… Interessante.

Muito generoso e sábio de sua parte dizer isso, Eugênia.

Alguns pais ficaram confusos, ao ler nosso texto-diálogo anterior, e, por isso, venho aqui expressar claramente que falei em caráter opiniático. Se, usando seu bom senso, sua consciência, sua intuição e seguindo seus princípios, alguém concordar com as idéias que expendi, ótimo: que as aplique. Mas, não sendo assim, por favor, esqueça minha proposta. Antes seguir a própria consciência, errando, a seguir outrem, por mais abalizado que pretenda ou pareça ser, contrariando a própria consciência.

Ainda que a pessoa esteja errada?

Sim. Porque, nesse caso, estará trilhando um curso kármico necessário ao seu aprendizado, e, portanto, em última análise ou em uma observação mais profunda, constituirá, paradoxalmente, um acerto seguir aquele caminho, por lhe propiciar evolução, um amadurecimento da consciência, que perceberá, por conta própria, a senda errada pela qual enveredou.

Muito justo, Eugênia. Mas as pessoas supõem que orientadores espirituais não possam trazer informações dúbias ou questionáveis.

Tudo deve ser questionado. Deus atribuiu inteligência e senso crítico às criaturas humanas, para que deles façam uso. Mesmo porque os representantes de Deus nem sempre o são (1) – embusteiros da dimensão física e da extra-física de vida comprazem-se no poder que tal posição lhes outorga, sobre a boa-fé de gente de boa-índole; porque, muitas vezes, o que é dito por representantes legítimos é mal-interpretado (2); e a história das religiões está repleta de exemplos dessa natureza; e, por fim, porque os próprios representantes de Deus podem cometer erros (3) – não podemos nos esquecer de que somente o próprio Criador nunca falha. Ainda que movido de boas intenções, alguém pode apresentar um juízo de valor inadequado, ou aplicar um princípio justo, mas em ocasião inoportuna, assim como o médico que faz um diagnóstico errado para uma enfermidade, prescrevendo medicamento impróprio, ou, ainda que acerte no dignóstico e na natureza da droga medicamentosa a ser ministrada, erra na prescrição da dosagem. Em ambos os casos, pode haver óbito ou sérias conseqüências para a saúde.

Você está dizendo que os mentores espirituais erram?

Para o nível humana de compreensão da Terra, não, pois que estamos alinhados com Centros de Inteligência acima de nós que nunca se equivocam. Erramos, no nosso nível de expressão, mas isso não pode ser entendido no plano físico, por ora. Mas, apesar disso, observe quantas aplicações indevidas de nossas sugestões podem ser feitas (1) e quantas distorções do que queríamos dizer ocorrem, continuamente, por parte das mentes tradutoras, os médiuns (2). Por isso, nunca é demais alertar que cada um deve sempre seguir os princípios do bom senso e a própria intuição, a fim de que não se incorra em desvios ou desmazelos graves.

Excelente, Eugênia. Mais algo a dizer?

Não, satisfeita.

(Diálogo travado em 2 de abril de 2004.)


(*) Eugênia dá continuidade ao diálogo mediúnico que foi ao ar, neste site, à 0 h desta sexta-feira, dia 2 de abril. Pela seriedade do tema, e pela eventual crise de valores gerada em alguns pais, pelas idéias apresentadas pela orientadora espiritual, achamos por bem antecipar a publicação deste novo diálogo, que figuraria como mensagem da próxima segunda-feira, e que, no entanto, já ficará no ar, a partir de 0 h do sábado, 3 de abril, até a meia noite da segunda-feira, 5 de abril.

(Nota do Médium)