Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Se você tem a mente engolfada em tendências primitivas, das quais não consegue livrar-se e de que envergonha-se ante si próprio, recorde-se de que atravessou longo passado nas faixas animais de consciência, guardando, assim, tendências bem claras de evos infindáveis de evolução, nos círculos inferiores da natureza.
Todo ser humano, na Terra, luta com suas inclinações menos civilizadas. Este peleja com impulsos agressivos quase bestiais. Aquel’outro, não consegue conter os ímpetos à mesa. Mais adiante, um outro não resiste às tentações da lascívia, escravo dos instintos sexuais.
Não se atormente, amigo, se percebe não ser a alma sublimada e pura que almejaria ser. Com o tempo, exercitando-se no campo do bem, trabalhando continuamente em seus propósitos e ideais mais elevados, naturalmente seu caldo psíquico bárbaro será filtrado e transmutado em impulsos benevolentes.
Assim, não lute contra impulsos: foque a atenção em virtudes que deseje criar ou desenvolver em sua alma. Não reprima, portanto: eduque. A repressão engendra efeitos reversos, fazendo-o incorrer, com mais força ainda, no mesmo deslize ou degenerando o impulso para uma patologia psíquica, uma neurose, por exemplo, de difícil erradicação, ao passo que a educação canaliza forças para atividades construtivas, mudando o sentido de energias que não podem ser eliminadas da alma.
Por fim, não se culpe por ser um turbilhão ambulante de conflitos. Todo ser humano o é. Estar em evolução é ser um ser em transição, contendo, portanto, elementos psíquicos dissonantes, correspondentes a fases anteriores de consciência, outros relacionados ao nível atual de adiantamento mental-espiritual, bem como as sementes de qualidades que vão despontar para a plena pujança, em futuro próximo ou distante. Aceite essa sua natureza conflitiva e aprenda a administrar, dentro do possível, as potências de sua psique, em função do bem geral de sua totalidade indivisa, observando finalidades, respeitando seus limites, exercitando humildade, aplicando indulgência com as falhas dos outros, e estará fazendo o seu melhor, esteja certo disso.
(Texto recebido em 23 de julho de 2002.)