Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Natal significa nascimento. Não por acaso mesmo, o nascimento de Jesus é comemorado apenas uma semana antes das celebrações relacionadas ao revellion. Uma semana para reflexão, planejamento e iniciativa, a fim de que o ano novo represente vida nova, renascimento, recomeço.
Tudo simbólico, obviamente, como a própria data de nascimento do Cristo que não é o 25 de dezembro, nem poderia ser, já que a Era Cristã teve início com seu surgimento para o mundo. Logo, deveria seu natalício ser comemorado no 1º de janeiro. O solstício de inverno (do Hemisfério Norte), que era comemorado em festejo pagão, foi convertido em celebração do nascimento de Jesus, e até hoje está entre nós, com uma série de incrementos esdrúxulos, adicionados com o correr de séculos de influências menos dignas das formas da Sombra, como a ultra pagã “árvore de Natal” e um tal de Saint Claus, montado num trenó alado, cheio de balangandãs e pirotecnia de baixa qualidade, que mais ainda desfocam o objetivo precípuo da época, que é a meditação em torno das graves questões espirituais, relacionadas à chegada do Cristo à Terra.
Seja como for, que nos confraternizemos sem remorsos, conforme as modernas tradições da sociedade consumista para esta etapa final do ano. Que façamos nossa ceia natalina, que troquemos presentes, que enchamos nossas casas de luzezinhas e outros adereços – tudo bem!: faz parte da diversão e da criatividade… Mas que nos recordemos, outrossim, de um momento que seja de oração e de ponderação, sobre a quantas vai nossa aproximação em espírito, com o padrão crístico de consciência.
A própria psicosfera, no Ocidente inteiro, fica mais suavizada, propícia a empreendimentos fraternais, a despeito de todos estes elementos de desvio, apesar de todas estas “sereias” hipnotizadoras para as seduções do mundo material. Assim, aproveitemos este momento singular do ano, para fazermos as pazes com quem é justo façamos isto; para sermos gentis e fraternos, com quem precisa; para que nos tornemos um pouco melhores, ainda que apenas nas festinhas de caridade do fim de ano.
Por sinal, sobre isto, muitos condenam tais iniciativas caritativas de fim de ano, como se não houvesse qualquer valor em fazer o bem no Natal, por só acontecer num instante pontual do ano. Claro que seria muito melhor que tal postura solidária e socialmente consciente se estendesse a todo o ano, mas é justamente por isto que existem as convenções das datas: para favorecer a vivência e a incorporação do que ainda não existe espontaneamente nas almas. Começa-se com o exercício episódico, para que se desenvolva a cotidianidade, e, por fim, uma nova natureza no próprio psiquismo. A semente converte-se em grelo tenro que se transforma, com o tempo, em grande e frondosa árvore. Respeitemos os fluxos da evolução e não desnovelemos discursos hipócritas acusando de hipocrisia o que, amiúde, constitui apenas imaturidade.
Bem… era isto que gostaria de trazer ao prezado amigo. Uma conversa fraterna e despretensiosa para este período natalino, pedindo-lhe que, ao terminar a leitura desta página, faça uma parada ligeira e rabisque, rapidamente, em folha de papel, ou digite descontraidamente, em página de seu PC, idéias simples e práticas do que você pode fazer neste Natal, em termos de amor com os entes queridos; de fraternidade com os inimigos; de caridade com os estranhos. E, em seguida, planeje-se, com vontade e determinação, a realizá-lo, para logo. Assim, não se transfundirá você, de pronto, num anjo com asas – nem nunca terá você asas (risos) – mas se sentirá um pouco mais próximo de Jesus, por dentro de seu coração: o que é o importante, neste momento e em todos de sua existência na Terra. E (quem sabe?) neste esforço de dar um passo em direção a Ele, talvez seja você agraciado com a Mão d’Ele estendida até você, com o que, então, descobrir-se-á, quando menos esperar, no transcurso deste ano e em meio a outras iniciativas fraternas, um ser humano melhor, mais justo e mais dignamente “cristão”.
(Texto recebido em 22 de dezembro de 2005.)