Você está esgotado de tentar e fracassar num certo empenho? Não se esforce: simplesmente flua com o processo. O segredo do êxito em quase tudo que se faz reside na naturalidade com que se desempenha a atividade. Claro que, para se chegar a isso, anos de esforço continuado terão sido despendidos. Mas a questão é que anos de esforço sem força, mas sim em contínua natural atividade. O esforço está na perseverança e não no ato de fazer, que deve ser solto e tranquilo. Toda coação bloqueia o livre fluxo dos delicados mecanismos da mente.
Não pretenda ser genial – seja você mesmo. A genialidade está intrinsecamente relacionada à originalidade, à naturalidade, mais uma vez. Portanto, toda vez que você fugir ao princípio da espontaneidade, tentando capturar instantâneos de brilho invulgar no céu distante, deixará de notar as gemas preciosas de diamantes que cintilam aos seus pés, pisando-as, sem notar, por nunca ter os olhos lançados ao chão.
Até hoje ser sociável, em certa medida, tem sido sinonímia de ser dissimulado – como as mentiras elegantes do cavalheirismo (que oculta o machismo), e a serenidade forjada da diplomacia (que vela impulsos belicosos). Ainda hoje, nem tudo pode ser revelado exatamente como é, sob pena de se expor a perigos desnecessários; todavia, a era do formalismo acabou. Quem pretender ser formal passará por artificial e demagógico. Ninguém quer nada pré-moldado. Na era da criatividade e da intuição, em que a velocidade das informações e dos acontecimentos confunde a mente humana, parar para conformar alguma coisa constitui atitude que inclina à obsolescência. Agora, tudo tem que ser instantâneo, atualizado, continuamente por se fazer, propelindo-se para as probabilidades do futuro, e não baseando-se nas convicções do passado.
É um grande desafio e um grande salto no escuro essa nova postura mental. Não nego. É o desafio do futuro, em que a alta competitividade dos mercados exigirão prontidão, eficiência e velocidade em tudo que se fizer, a ponto de cobrar dos indivíduos tudo aquilo que, desde os primórdios das tradições espirituais, sabia-se necessário: ouvir a voz interior, saber asserenar-se e adiar gratificações passageiras, respeitar o próximo e tratá-lo como a si mesmo, ser inteiro, honesto e constante nos próprios propósitos, ser, em uma palavra: íntegro, fiel a princípios, ético, justo e bom. Porque ninguém conseguirá cativar novas clientelas ou novos postos nas organizações se não for bom em relacionamentos interpessoais, e ninguém mais será bom nessa área parecendo ser, mas, simplesmente, sendo. A evolução espiritual dar-se-á, paradoxalmente, por meio da extrema evolução organizacional e informacional das sociedades materialistas.
E aí? Quer realmente adentrar na Nova Era que surge, ou ficar para trás, ultrapassado em todos os sentidos, inclusive no profissional?
Matheus-Anacleto (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
23 de novembro de 2000