Não lhe compreenderam os intentos. Deu de si o seu melhor, e foi recebido com inveja e calúnia, más interpretações e muito ataque gratuito.
Estamos num mundo físico de precário adiantamento evolutivo, prezado amigo, onde poucas vezes encontraremos almas realmente aptas a compreender com o coração o que só pelo coração pode ser apreendido.
Aquele observou-o tristonho, pretendendo ter mais atenção de sua parte, sequioso de carinho e de afeto, quando, em verdade, deveria buscar, no imo de si, a força que enxergava em você.
Aquela, confundindo sentimentos, entendeu sua amizade como uma proposta à intimidade conjugal, rendendo-se a lamentável processo de cobranças, mágoas e má vontade com sua pessoa.
Aqueles, mais ainda, exigiram-lhe perfeição, quando luta com quesitos comezinhos da virtude terrena, não entendendo que você não é muleta de santidade a se escorar, mas modelo de trabalho vivo a ser seguido.
Tudo isso, de fato, entristece-o. Mas não deve. São ocorrências naturais do plano em que se encontra, e, como tal, com naturalidade devem ser recebidas.
Claro que não se deve submeter a abusos, reagir até mesmo com energia, quando necessário; todavia, em última análise, muita tolerância e indulgência com os níveis de evolução consciencial de cada um devem ser zelosamente desenvolvidas, para que não cobre deles o que não podem ofertar, simplesmente por portarem limitação psíquica insuperável dentro de um breve período de tempo.
Com percebe, tomando essa perspectiva nova, aquilo que, a princípio, constituiria, tão-somente, uma amarga injustiça, afigura-se-lhe, agora, excelente oportunidade de amadurecimento psicológico, levando-o a aprender o convívio com o mau juízo dos outros, sem se abalar com isso, bem como a extrair, de si mesmo, todo o suprimento de estímulos e apoio emocional, garantindo-se autonomia e poder de realização, em quaisquer circunstâncias da existência.
Gustavo Henrique (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
26 de novembro de 2000