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A caridade, amiúde, é confundida com o mero assistencialismo que amesquinha caracteres, mantendo os beneficiários dependentes e incapazes de suprirem as próprias necessidades, ou com a filantropia que substitui funções do Estado – embora possa ser este secundado pela iniciativa privada. Nem uma nem outra forma de abordagem, todavia, assinalam os atos legitimamente provindos do coração.

Ambas têm seu valor, obviamente, mas o amor que transforma o ser e edifica quem lhe é objeto traduz-se, normalmente, por conduta esclarecedora, palavras de conforto, sentimentos de pacificação – amor que cura, toca e modifica almas.

Auxiliar pessoas a mudarem de faixa de consciência, seja pela educação, seja pelo exemplo, tornando-as mais lúcidas e mais humanas, constitui expressão máxima do amor.

Para eliminar qualquer dúvida quanto a esta assertiva, lembremo-nos de Jesus, que nada tinha de material a ofertar, e, no entanto, foi e é Fonte de Vida abundante para sucessivas gerações, há dois milênios, inclusive inspirando milhares de empreendimentos de caridade material em 20 séculos de Cristianismo na Terra.

De tal modo o Cristo Verbo Divino era desprovido de bens materiais, que os ínfimos cinco peixes e dois pães, da famosa primeira “multiplicação dos pães e peixes”, assim como os poucos víveres que conformaram o substrato para o segundo evento de multiplicação dos alimentos, foram-Lhe ofertados por Seus discípulos. E, no que concerne à cura de enfermidades, tratava-se a Atuação Crística não de doação de medicamentos ou de atendimento médico gratuito, mas da Emanação direta e salvadora de Seu Poder de Cura dos corpos e Transformação das consciências.

A caridade moral ou o amor por excelência é, destarte, o serviço fundamental que se pode e se deve prestar. Tanto é que, quando houver atingido sua meta de humanizar a civilização terrena, dispensáveis se farão todas as ordens de caridade material, porque as criaturas espiritualizadas, em massa, jamais permitirão que um semelhante seu sofra algum gênero de necessidade, no campo elementar da subsistência e da vida digna em sociedade, incluindo, neste item, instrução formal e profissionalização.

Benjamin Teixeira de Aguiar,
pelo Espírito Gustavo Henrique.
Texto recebido em 28.12.2012.