Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Quando estiver a ponto de enlouquecer e acusar outros por seus desatinos, asserene a alma e medite um pouco. Seu mal-estar pode nada estar relacionado com os problemas mais óbvios que lhe surgem à frente. É por isso que, se prestar atenção, as reações são desproporcionais à questão que o aflige. Sendo assim, cave mais fundo, nos arcanos da psique, para descobrir as causas verdadeiras do transtorno.
Você descobriu o seu propósito de vida? E, se já: está vivendo de acordo com ele?
Você segue o seu coração, em matéria de sentimentos? Sua vivência de família, amigos e filantropia está indo de acordo com os apelos de seu espírito?
Você realiza na medida do que julga necessário? Você é útil à comunidade de que faz parte, é um cidadão responsável e um habitante do planeta com consciência ecológica atuante?
Você está com as pessoas que realmente gosta, ou se faz passar pelo que julga ser necessário, para ser amado por quem não o conhece de verdade e talvez nunca o amasse se o conhecesse como é?
Você coloca os ideais do espírito acima das paixões do corpo, os desejos de posse e as ganas de poder? Você superou a inveja, a ganância, o ciúme e a tendência a guardar mágoas, rancores ou mesmo ódio de alguém?
Sei que parece um pouco utópico seguir o que estou propondo neste artigo singelo, mas, para abandonar o que alinhavei, terá que renunciar à sua humanidade e regredir a níveis psicológicos infantis ou, quiçá, bestiais. Respeite o seu coração, respeite o seu caráter, respeite a sua alma. Você não é o seu corpo, ou seria apenas um animal. Você não é sua inteligência, ou seria apenas um robô. Você é sua consciência, que tem sentimentos, valores ético-morais e princípios de ordem, significado e propósito para a vida. Ignorar esta verdade fundamental seria abdicar de sua própria identidade e fazer vazar, pelo ralo do nada, sua vida e, com ela, toda sua alegria de viver.
(Texto recebido em primeiro de agosto de 2004.)