Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Em 1997, Melvin Morse, publica “Where God Lives” (“Onde Deus Vive”) (*), anunciando a existência do “The God’s Spot” (algo como: “O Lugar de Deus (no Cérebro)”). Tem então desdobramento um dos pontos altos da ultra-moderna Neuroteologia, um dos mais recentes ramos das Neurociências.

De lá para cá, assim como se sabe que há circunvoluções cerebrais especificamente relacionadas às funções cognitivas e perceptivas diversas, como, em nos referindo, particularmente, aos cinco sentidos, regiões correlacionadas ao paladar, ao tato, ao olfato, à audição e à visão, também existiria uma área na neurofisiologia cerebral, o lobo temporal direito, ou a “região orbi-frontal direita”, como dito por outros autores, exclusivamente voltada para a “percepção de Deus”. Dizer, agora, que Deus não existe seria o mesmo que afirmar que a laranja que se vê, se cheira, se prova, se desliza sobre a pele e que se ouve ser exprimida para a extração do sumo não existe concretamente, não passando de uma construção do cérebro.

Uma das mais nobres funções do cérebro humano (em seu córtex frontal) é a da concepção da própria finitude, ou, como melhor poderíamos dizer: a consciência da própria mortalidade. Nenhum ser inferior ao homem, na escala evolutiva filogenética, têm essa aptidão tão magnífica quão trágica. Assim, compensatória em todas as suas manifestações, a natureza proveu o ser humano de uma função complementar a esta: a da percepção além dos sentidos vulgares, a capacidade de interagir com o extra-físico, o poder de ver além das aparências e, com isso, compreender que a morte do corpo constitui, tão-somente, uma transferência de sua identidade profunda para outra dimensão de consciência, outra expressão de existência.

Não é possível hoje mais ser atualizado sem se estar cônscio desses novos importantes desdobramentos das neurociências, assim como, há décadas, a Psicologia Transpessoal e a Antropologia, vêm estudando fenômenos xamânicos, como uma categoria real de experiências humanas, que oferece evidências inequívocas de interpenetração e intercâmbio com outros domínios da realidade, não física, mas tão real quanto a física.

Aliás, no que tange a esse conceito de físico, desde que, nos primórdios do século XX, a Física Quântica veio derribar as últimas fronteiras entre o energético e o material, não se pode mais falar de invisível como sendo místico, a não ser que se pretenda passar por analfabeto em conceitos científicos.

E, justamente, nesse particular, a glândula pineal (ou epífise), surge como potente janela psíquica, um canal “perceptiva” do cérebro para o não-material, um embrionário “terceiro olho”, capaz de captar e receber ondas mentais provenientes de outras inteligências, alojadas ou não em corpos físicos.

É também, da mesma sorte, que se descobre, em avançados exames cintilográficos do cérebro em transe profundo de regressão de memória, que as regiões ativadas, no momento da rememoração de vidas passadas, são, de fato, as correlacionadas às funções mnemônicas.

Não há mais como duvidar, nos dias que correm, após 150 de pesquisas exaustivas do fenômeno paranormal-mediúnico (desde o surgimento do Espiritismo, em meados do século XIX), que os espíritos se manifestam, por diversos meios, que vão da inspiração sutil às expressões dramáticas e espetaculares da materialização.

Médiuns psicógrafos e psicofônicos no Brasil, aos milhares, canalizam, semanalmente, seres albergados na dimensão de cá de vida, dando um atestado inconteste da imortalidade, muitos deles com dados de tal modo precisos, fora do conhecimento do medianeiro, incluindo padrões emocionais e psicológicos muito peculiares ao comunicante, que nem mesmo a tese telepática, aventada por parapsicólogos materialistas, poderia explicar.

Em toda parte, o pujante fenômeno imortalista levanta-se, imponente, desafiando o cepticismo de catedráticos das academias e redutos últimos do materialismo, a dizer, sem espaço a tergiversações:

“Somos imortais! Vivemos para sempre! Deus existe e estamos fadados à perfeição, um dia, no término de longuíssimo carreiro evolutivo. Vamos encontrar nossos entes amados, e com eles conviveremos, felizes, na medida de nossos merecimentos e necessidades evolutivas. Vamos nos tornar, à medida que fizermos esse trajeto evolucional, progressivamente mais felizes e serenos.”

Era esta a mensagem, prezado amigo, que gostaria de trazer para o dia de hoje, a mensagem da esperança, da eternidade e da paz. Nenhuma há maior que esta, nenhuma outra jamais a superará. E, pela graça de Deus, ela prosseguirá, ganhará vulto, e se tornará cada vez mais generalizada e consolidada no solo dos corações humanos, por toda parte, em todas as culturas e povos da Terra. E isso se dará, inelutavelmente, porque, sendo vontade D’Ele-Ela, jamais poderá ser obstado.

(Texto recebido em 15 de outubro de 2004.)

(*) Fabuloso clássico na área (apesar da recente publicação), que recomendo enfaticamente aos estudiosos mais severos, lamentavelmente ainda sem tradução para o Português.

(Nota do Médium)