Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Medita na profunda dor que te vai n’alma, como um convite à reflexão e à conseqüente mudança de rota, caso te percebas em trilha existencial equivocada, ainda que de modo sutil – sem ironia –, como a sobrecarga de trabalho.
O universo não conspira contra ninguém, nem onera excessivamente ombro algum; embora, amiúde, o ego decisório de inúmeras criaturas pretenda-se acachapar de responsabilidades e angústias infinitas, não raro com as melhores intenções.
Ora, relaxa, releva, reconsidera. Tudo se resolve, em tempo certo. Dá tempo a que o tempo, por força mesmo das coisas, solucione o que está em vias de se solucionar – sem a interferência imprópria da mente racional-analítica –, mas que pode degringolar, exatamente pela intromissão da lógica imprópria da personalidade consciente, em uma engrenagem complexa demais para o potencial limitado de entendimento da parcela vígil da psique humana.
Muito do que parece irresolúvel ou perdido está apenas padecendo metamorfose íntima, no claustro da crisálida evolutiva. Aguarda que o processo de incubação termine, e te surpreenderás com os resultados magníficos com que te brindará a Vida.
Por fim, confia tudo a Deus e contempla as ocorrências da existência, enquanto trabalha, estuda e serve… mas em paz, longe da ansiedade dos desassisados, que se querem pôr no lugar do Criador e, qual grávida tresvariada, insistem em supor ser seu dever conduzir o complexo mecanismo da gestação do próprio bebê, por meio de mentalizações detalhadas do fenômeno mitótico.
(Texto recebido em 16 de outubro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)