Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo Espírito Eugênia.
A verdade não está no campo de especulação filosófica, nem na esfera da experimentação científica. A cogitação filosófica alarga horizontes e aprofunda-os, a sondagem científica checa e consolida terrenos de interrogação e análise. Mas somente o coração pode intuir propósito, finalidade e sentido em tudo que existe.
Não o impressionem os sofismas da filosofia, nem as charadas da ciência. Encante-o somente a voz do sentimento, do ideal, do dever cumprido, da consciência. O mundo ruiria em um átimo, sem o espírito de devotamento, sem a ternura, sem a amizade, sem o carinho que une as pessoas umas às outras, ainda que em pequenas medidas, ainda que por meio de liames fragmentários e rotos. É o coração que sustenta o mundo. O amor dos pais aos filhos, entre irmãos e amigos, a fraternidade entre companheiros de uma causa… é isso que mantém as sociedades coesas, apesar de todas as forças malévolas que se levantam a todo momento, pugnando por esfacelá-las. Não fosse o afeto sincero, embora pequeno e oscilante, que se espalha por sobre a Terra, qual uma rede invisível de amor… e toda a civilização entraria em ruptura, mergulhando, instantaneamente, em direção ao caos, à completa destruição.
Assim, se você quer oferecer um contributo valioso ao mundo, às pessoas e a si mesmo, oferte amor. Amor com bases racionais, amor com os pés no chão, amor com senso de proporções, com discernimento e inteligência, mas, ainda assim, amor. Pelo amor, as humanidades se levantaram e caíram (por ausência dele)… pelo amor, as humanidades atingirão a transcendência da angelitude.
Não interessa que seu amor seja grande ou pequeno: oferte-o. É disso que o mundo mais precisa. E, então, estará você entrando em sintonia com o Alto, fazendo-se canal, no mundo, d’Aquele(a) que é Amor…
(Texto recebido em 3 de janeiro de 2002.)