Um veterano que viera a óbito nas duas grandes guerras mundiais do século transato – na primeira, defendendo as trincheiras francesas; na segunda, integrando a força aérea alemã – aproximou-se de nossa assembleia de devotos(as).
Ato contínuo, como em projeção holográfica de alta resolução, surgiu, no alto da sala em que nos encontrávamos, a Imagem Sacrossanta de Maria Cristo, cabeça coberta com véu azul-marinho e o colo envolto em tecido púrpura, muito nos lembrando a iconografia clássica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – o socorro perene que a Mãe Celeste desta humanidade tem prometido reiteradamente, sobretudo nos dois últimos séculos, à comunidade terrena.
O semblante do Vulto Materno Angelical estava tangido de profunda tristeza, comovendo-nos, de imediato…
Todos(as) começamos a orar, reverentes, quando lágrimas de sangue verteram de Seus amorosíssimos olhos azuis – novamente, como nas vestes, o contraste de azul e vermelho, simbolicamente nos remetendo às cores da América, defensora, no Novo Mundo, da liberdade de todos os povos.
A Mãe Crística desejava ser interpelada, em diálogo conosco, e então solicitei a um discípulo dileto meu que Lhe dirigisse indagações…
– Por que a Senhora verte lágrimas de sangue?… pelo conflito na Ucrânia?…
Maria de Nazaré acenou suavemente, em sinal afirmativo.
– E também pela fome que tantos milhões de pessoas sofrem no mundo inteiro?… – prosseguiu meu protegido.
Vertendo largos filetes rubros de Seus encantadores olhos, prenhes de piedade, a Refletora Viva da Maternidade Divina para o orbe meneou a cabeça, mais uma vez afirmativamente.
– E a Senhora igualmente chora pelas vítimas da pandemia e das tragédias climáticas, progressivamente mais frequentes e intensas? – tornou meu arguto aluno.
A esta altura, pedindo-me que Lhe traduzisse os pensamentos para a pequena congregação de fervorosos(as) devotos(as) da Feminilidade Sagrada, coloquei em palavras do vernáculo lusofônico os dizeres d’Aquela que recebeu de Seu Filho Jesus a incumbência de carregar a cruz da condução e redenção desta humanidade, em forma de espada simbólica trespassada em Seu Imaculado Coração:
“Trago para a minh’Alma as dores de muitos(as), sobremaneira a enormidade dos(as) que, católicos(as), dirigem-me do Leste Europeu, com destaque para a Polônia, agudas súplicas de socorro.
Absorvo parte expressiva dessa angústia, para que as tensões cármicas e psíquicas sejam minoradas, na superfície do globo, e as vicissitudes consequentes sejam abrandadas.
Que cada devoto(a) da Divindade ore pela paz na Terra, propiciando a melhoria vibratória possível no domínio físico de vida, e pacifique sua mente, porque as provações desta fase crítica da história no orbe serão amenizadas ao máximo.
Volto a assegurar, categoricamente, o que tantas vezes tenho proclamado, há mais de um século: por fim, em Nome da Face Misericordiosa de Deus, meu Coração e toda a Rede dos Seres dedicados ao bem triunfaremos!…
Na Rússia, um fantoche do maior gênio diabólico do planeta é manietado para fomentar um apocalipse nuclear. No entanto, repito: esta comunidade humana já está salva…”
Permanecemos, por um tempo indeterminado, em preces sentidas endereçadas à Mãe Excelsa e ao Lado Maternal de Deus, até que, suavemente, a Sublime Figura diluiu-Se, repletando-nos os espíritos de esperança, de tranquilidade e até de alegria, ainda que eivada de certa dose de melancolia.
Maria Cristo prossegue velando pelos destinos de nossa civilização terrícola, prezado(a) irmão(ã) em humanidade. Tranquilizemo-nos, oremos e nos façamos, onde estivermos e pelos meios de comunicação à nossa disposição, agentes da paz, da fraternidade, da harmonia, do equilíbrio e da fé em Deus, no bem, na vida e no ser humano!…
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
Ashburn, Virgínia, região metropolitana de Washington, D.C., EUA
23 de fevereiro de 2022