Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Ore todos os dias, amigo, ainda que seja por apenas 15 minutos. Jesus disse: “Buscai, primeiramente, o Reino do Céu e Sua Justiça, e o demais se vos acrescentará”. Estabeleceu, assim, que se tratava a oração e suas implicações de descoberta da vontade divina, pela voz da intuição que responde à oração, como o dever essencial da criatura.
Não busque, todavia, uma oração transcendente, cheia de sentimentos místicos de êxtase e conexão absoluta com Deus, fé inabalável ou estado de graça, porque esses são resultados espontâneos que decorrem da longa prática da prece. Converse com Deus. Converse mesmo: use a fala. É uma forma, inclusive, de contornar a generalizada problemática da desconcentração do homem ocidental. Portanto, ainda que em volume muito baixo, para que sua privacidade seja preservada, faça suas orações utilizando o sistema discursivo de pensamento, típico à nossa cultura. E seja rigoroso no cumprimento dessa disciplina axial, não aceitando nenhuma desculpa para não fazer sua prece matinal, ainda que esteja atrasado ou com sério compromisso a lhe esperar: Deus é que não pode esperar. Tudo mais pode.
Outrossim, nos momentos do dia em que estragaria o efeito de suas orações, reforce-o: no trânsito congestionado, em que perderia a cabeça e cozinharia o juízo na impaciência e na irritação; no percurso do elevador até o andar de um edifício a que esteja se dirigindo; na fila de um banco; na espera em um consultório médico. Em suma, naqueles instantes perdidos, que constituiriam mero aborrecimento – quando não destrutivos ou corrosivos, nos maus pensamentos e péssimos sentimentos que costumam assaltar a criatura impaciente – de poucos segundos a alguns minutos, preencha-os com uma semente de Deus em si. E não se acanhe de, se for necessário para fazê-lo, mover os lábios, em discreto esforço de concentração (quem quiser que olhe ou pense o que bem entender: você é que não vai desperdiçar uma oportunidade como essa de reforçar o basilar em sua vida, pela preocupação fútil e infantil do que estranhos vão pensar de você, não é verdade?). Assim, em vez de se incomodar, estará se presenteando com o maior de todos os tesouros. Inclusive porque o efeito dos estados alterados de consciência e das disciplinas espirituais é cumulativo: as preces que se fazem geram um poder agregado na consciência, no correr dos anos e das existências, engrossando o fio da conexão com a Força Divina, tornando, assim, o indivíduo apto a suportar uma “carga” maior da “eletricidade divina”, ou seja: maior graça, realizações e benefício, para si, para os que se ama e para a humanidade inteira.
Nesta prática, porém, não se esqueça de que não deve se dirigir ao Ser Supremo em estado de desespero ou desconfiança. O benefício essencial da prece começa com a pacificação do ego, pondo-o a serviço do Ser Todo Amor. Nada de reclamações caprichosas e enfermiças. Estudos de pesquisadores norte-americanos concluíram, inclusive, que a probabilidade de o objetivo da prece ser alcançado torna-se maior, quando quem ora pede para que a Vontade Divina seja cumprida e não propriamente o que se deseja. E isso por uma razão fundamental: não que Deus não pretenda, amiúde, realizar o que se almeja, mas que o ego atrapalhou menos nesse tipo de prece que põe, de antemão, o juízo divino acima do humano. E, por fim, a Vontade de Deus constitui sempre a verdadeira felicidade do indivíduo. Não se deve duvidar da Sabedoria Infinita e do Infinito Amor. Ele sabe sempre o que é melhor para cada um de nós. E, sendo assim, toda vez que nega conceder determinada graça, é para abençoar a criatura com uma dádiva ainda maior de felicidade, não para depois da morte ou para outra encarnação, mas para esta existência física mesmo que se usufrui.
A oração, a conexão com Deus, é o objetivo fundamental da vida. O resto vem por acréscimo. Lembre-se de que a compreensão da existência de Deus é um atributo exclusivamente humano. É ele um dos apanágios distintivos dos animais, que não têm arcabouço mental suficientemente desenvolvido, para conceber a existência de um Criador. A neuroteologia, inclusive, ao revelar circuitos cerebrais especificamente definidos, pela evolução, na neurofisiologia humana, para a concepção e a vivência de algum tipo de relacionamento com Deus, termina por confirmar o que os melhores estudos de psicologia e antropologia na área já haviam denunciado: o ser humano só atinge a plenitude, só consegue se realizar plenamente, quando vivencia, de algum modo, o Divino.
Realize-se completamente: busque Deus, todos os dias, e sempre que possível. A felicidade – não por acaso uma contração da expressão latina: “fe licittas” (“fé verdadeira”) – então, acontecerá como um natural desdobramento de sua escolha espiritual de vida.
(Texto recebido em 6 de junho de 2004.)
(*) Num destes tipos de falha de interpretação que acomete, volta e meia, a todos que desdobramos a melindrosa tarefa de representar os orientadores espirituais desencarnados, na condição de médiuns (embora, lamentavelmente, nem todos admitam isso, nem mesmo para si, tomados de perigosas vaidades que os levam a se supor isentos de erro – o que os leva a incorrerem em equívocos ainda mais graves), deduzi, na semana passada, quando Eugênia pediu que desejaria publicar duas mensagens adicionais, no fim de semana, que havíamos retornado ao sistema de publicação diária de mensagens, incluindo fins de semana e feriados. Estava enganado. Assim, em verdade, tratava-se de uma intenção especificamente relacionada àqueles dois dias e não um novo padrão, na periodicidade de publicação das psicografias dirigidas ao grande público, confusão essa, de minha parte, pelo que peço desculpas, ao prezado internauta, que visitou nosso site, neste último domingo, na intenção de colher a mensagem do dia. Como chegamos a publicar um texto novo no sábado, ficará valendo como de segunda-feira, ao passo que este, agora publicado até as 24 horas da terça-feira, como sendo desse dia, o que achei de muito bom alvitre fazer (ficar dois dias no ar, em destaque), pela importância suprema de seu conteúdo e de sua aplicação em nossas vidas, não por acaso merecendo o título, dado pela própria sábia autora espiritual de: “A mais Importante de Todas as Mensagens”.
Seu irmão em Cristo,
Benjamin Teixeira.
Aracaju, 6 de junho de 2004.