Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

“Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!”
(João, 6:26)

“O Mestre, em Sua época, não reuniu as simpatias comuns. Se foi amado por criaturas sinceras e simples, sofreu impiedoso ataque dos convencionalistas. Para Maria de Magdala, era Ele o Salvador; para Caifás, todavia, era o revolucionário perigoso.”
Emmanuel (Cap. 80 de “Caminho, Verdade e Vida”)


Aceita, amigo, de coração aberto, a provação da crítica injusta, como parcela inexorável de tua tarefa, pois quem se põe à frente ouve a gritaria e recebe as pedradas dos que seguem, ensandecidos, na retaguarda, com interesses, valores e hábitos questionáveis.

É natural que sejas incompreendido. Se és mais desenvolvido e tens percepções e conceitos, informações e, principalmente, nível de maturidade e lucidez que os demais não portam, como poderiam ser amáveis contigo, se os surpreendes a cada gesto teu? De surpreendente para “errado” e “escandaloso”, há apenas um passo de interpretação muito fácil de se dar, por quantos não se disponham a aprender. E, como a esmagadora maioria dos acusadores do mundo é regida pelo ego – que acredita não precisar aprender com quem seja superior, porque não enxerga ninguém acima de si –, estabelece-se, então, a circunstância melindrosa, fomentadora da agressão – verbal ou energética, expressa ou tácita.

Não te deixes impressionar com o que falam de ti. Muito humilde, de tua parte, considerares se há motivo para tanto. Mas, em última análise, depois de verificar se algo se pode aproveitar, esquece o assunto, dando continuidade a teu trabalho, inalteravelmente.

Observa quem são os caluniadores: os “convencionalistas”, nos dizeres de Emmanuel, ou seja: os preconceituosos e conservadores, os que vivem preocupados com as aparências e a aprovação da maioria; e, por outro lado, fazem coro aos delinqüentes ou aos que se mostram, por algum motivo, merecedores de condenação. Quem mais precisa de perdão costuma não ser inclinado a perdoar.

Jesus foi perseguido pelos “irmãos” e “traído” (*) por um dos apóstolos mais chegados. A Alta Cúpula da sociedade israelita de Seu tempo – composta de homens doutos e cultos, representantes da religião e da moral – via-O como um embusteiro de alto nível, grande falsário, a fomentar sedição popular. Enquanto isso, prostitutas, adúlteras, publicanos corruptos (mas arrependidos), tanto quanto criancinhas e gente simples, O amavam e respeitavam, como Embaixador das Alturas.

Queres ser aplaudido pela multidão? Prefere, companheiro, a aprovação de tua consciência, que vale infinitas vezes mais que o aplauso de milhares de pessoas. Prossegue em teu posto de serviço benevolente, em paz e com o sentimento de dever retamente cumprido, porquanto, indubitavelmente, é isto que te assinala a natureza de homem de bem, a representar o porvir de uma civilização que ainda se estabelecerá: não estás preocupado em passar por bom; não és visto assim pela maioria, que te não compreende, mas não desistes da tarefa que te foi delegada, por motivo algum… Fica certo, destarte, amigo, que a Terra de hoje pode te atacar cruelmente; entretanto, no mesmo passo, o Céu te congratula e o inspira a persistir…


(Texto recebido em 15 de fevereiro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)

(*) A autora espiritual pôs entre aspas o termo “traído”, porque, num nível mais profundo de interpretação (que não caberia, nesta oportunidade, ser minudenciado), o Cristo não o foi, realmente. O material explicativo desta questão sibilina está exposto na mensagem com o título: “Diálogo sobre Judas Iscariotes e a Bombástica Revelação de Ser o Preferido de Jesus”, publicada neste mesmo sítio eletrônico. Nosso sistema de busca automática oferta-o com a digitação, tão-somente, do nome do Apóstolo controverso.

(Nota do Médium)