Textos divertidos
por Benjamin Teixeira
Cheguei, seriamente, a cogitar a possibilidade de não permitir a publicação deste vídeo, originalmente produzido como uma brincadeira a ser exposta entre amigos. Todavia, quando me sentei, após uma madrugada exaustiva de edições de vídeo, com Wagner, meu adorado cônjuge, para fazer o primeiro esboço desta produção curtíssima e despretensiosa, o Espírito Roberto Daniel começou a soprar-me ideias para um texto de comentários às cenas. Veio-me, então, o propósito de projetá-lo na palestra de domingo de nosso Instituto. Num segundo momento, pensamos na derradeira iniciativa de trazê-lo ao grande público, neste nosso sítio eletrônico na internet.
Ao falar intimamente com os amigos a respeito da questão, julgando que a brincadeira e a descontração poderiam ter chegado a um ponto excessivo, ouvi de Priscillinha, minha adorada prima do corpo, irmã do coração:
“Mamin, as pessoas dirão: ‘Ah… então, não há nada de mal nisso? Se ele pode se soltar, eu também posso!…’”
O problema maior era que meu amor Waguinho queria fazer uma surpresa para todos, inclusive para os íntimos, já na reunião pública – e, apesar de radical nas questões do SQ, intuí que ele tinha direito à malandragem do bem. Negociando (vocês sabem como são bobos os apaixonados, não é?), propus que primeiro ouvíssemos Maisa – a durona embora amorosa Diretora-Geral do Salto Quântico. Se ela aprovasse, nós traríamos o vídeo a lume…
Antes, porém, refletindo sobre o assunto, consultei os bondosos guias espirituais, após meia hora em meditação, e os ilustres orientadores desencarnados disseram:
“Se o arquétipo da criança interior não pode ser liberado nas criaturas – o condutor para o Self, a presença do Ser Total e Eterno…
Se o humor não pode ser vivenciado – que equilibra os conceitos e as expressões mentais, para que não haja presunção e narcisismo…
Se o ‘não levar-se muito a sério’ não pode ser aplicado – o que evitaria a perda de todo o senso de proporções e a rendição às insinuações do ego, muito interessado na própria aparência e na impressão que causa em terceiros…
…O que mais poderá ser certo, em termos de psicologia profunda, espiritualidade e decência genuínas?…”
Pois é! Palmas para os nossos mestres espirituais Temístocles e Eugênia – o primeiro, muito participativo neste contexto de descontração na minha lua-de-mel em Família, em função da alta concentração, por metro quadrado, de workaholics em nosso retiro íntimo… risos.
Assim, perdoem-me os que porventura vierem a se chocar, mas, com todo o coração, sem querer ferir ninguém, revelo: não faço questão de ser bem-visto por quem se impressione mal com uma postura espontânea e humana do espírito lúdico, porque, somente por esta perspectiva, do exercício sincero da humildade e da partilha em família espiritual (a verdadeira), livres dos estereótipos patéticos (estes, sim, realmente ridículos) como: “inadequada conduta de criança”, “obrigatório comportamento de ancião”, “intocada imagem pública do líder”, lograremos nos alforriar da submissão às aparências, para viver, plenamente, nossa própria essência…
Ou isso, ou nos desconectamos integralmente da própria natureza e individualidade…
…aprisionados na angústia de não viver, não ser felizes e não apreciar a vida, em seus aspectos mais ricos, verdadeiros e satisfatórios…
…na macabra e sem nexo prestação de contas às provisórias, arbitrárias e assassinas hipocrisias sociais…
…assassinas da vida em plena vida, sem que precisemos desencarnar, porque já estaremos mortos, quando nos desvitalizamos, desconectados da própria natureza, para satisfazer às expectativas de terceiros…
…exatamente aqueles que menos estão preocupados com nossa felicidade e nossos reais interesses de espíritos eternos: os fiscais das convenções humanas…
Abaixo a imagem caricatural e grotesca de santidade deformada em tristeza, das iconografias religiosas do obscurantismo medieval!…
Salve o Cristo ressurrecto, vencedor da morte do “pecado” (leia-se: triunfador sobre o ego), que asseverou ter vindo à Terra para que todos tivéssemos vida… e vida em abundância!…
Irmão em Cristo,
Benjamin Teixeira,
Praia do Saco, Estância, Sergipe,
26 de junho de 2009.
