Um dos motivos mais profundos e efetivos para a resistência à mudança é o medo inconsciente de se estar abandonando a própria identidade.
Não poderia haver mais ledo engano: mudar, evoluir, depurar-se de falhas e desenvolver talentos constituem um dos impulsos fundamentais do ser. E a identidade de cada pessoa não é violada no processo, muito pelo contrário: participa intimamente dele, condicionando-o de forma singular, assim ficando garantida a originalidade do indivíduo.
Relevante esclarecer, outrossim, que a resistência a um ímpeto essencial da alma, como o que a propele à transcendência, acarreta não só grande angústia em quem se confia a seus tentáculos sinistros, mas também uma série de rupturas e colapsos de departamentos existenciais, em quantidade, dimensão e gravidade imprevisíveis, um empós outro, quando não paralelamente, em trágico circuito de infortúnios enfeixados, incluindo divórcios, demissões, vícios, enfermidades e mesmo a morte prematura.
A resistência à mudança é desastrosa, em particular, numa época em que se vive “alucinante” velocidade na transformação dos costumes, da tecnologia, da cultura de um modo geral – transformações essas, é bem verdade, nem sempre positivas.
Por outro lado, renovar-se, aprender, desenvolver-se, treinar-se, amadurecer são necessidades naturais do Espírito, que promovem intraduzíveis e intensas experiências de bem-estar, realização pessoal e felicidade.
Mudar faz parte da vida. Mudar para melhor implica evolução, e o genuíno processo evolutivo está intrinsecamente relacionado a todas as circunstâncias e forças da Vida que propiciam contentamento, deslumbramento, êxtase!…
Eugênia-Aspásia (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Aracaju, 30 de setembro de 2017