Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, a grande máxima crística, significa que não se deve ouvir as emoções, e sim buscar um ponto de observação em que a imparcialidade da razão e do bom senso possa imperar. Não para o cálculo frio, no jogo dos interesses imediatos e egóicos, mas em função de não se arrastar pelas conveniências e humores do momento.
Procure manter o crivo da lógica e da ética acima de tudo. Lógica pura pode se converter em racionalização dos interesses pessoais. Ética tão-somente pode se converter em moralismo barato. Esforce-se por encontrar o fio de prumo entre praticidade e dignidade, o que poderíamos chamar de pragmatismo ético.
Empenhe-se continuamente em desenvolver e manter esse padrão de lucidez, de quem não quer se deixar envolver e seduzir pelas circunstâncias e forças de um instante. Envide esforços no sentido de se tornar de fato senhor de si mesmo, estabelecendo as diretrizes do que quer, como quer e para que quer, independentemente do que venha de fora, muito embora paradoxalmente aberto às sugestões e informações de fora. Isso é estar com a verdade, a verdade pessoal alcançável em determinado nível de consciência. Isso é que é libertar-se da escravidão das influências externas e ser a si próprio, tanto quanto possível.
(Texto recebido em 5 de julho de 2001.)
