Tô com medo! – choraminga a criança.
Tô piscando! – diz o adolescente, com voz firme e metálica.
Estou me sentindo receoso ante os últimos acontecimentos – assevera, em tom elaborado e empolado, o adulto cheio de si.
Todo mundo sente medo, mas cada um revela-o ao seu modo. O fenômeno, todavia, muito embora universal, pede medidas cabíveis a cada circunstância. Em última análise, porém, é sempre a criancinha assustada que se aterroriza no íntimo de cada um, pedindo asilo num útero seguro e confortável.
Descubra a sua criança interior e dê-lhe abrigo, com a voz da paz, com a força da razão, com a proteção de uma vida de trabalho e ação sem procrastinações. Desse modo, não só a confortará, como ainda propiciará seu gradativo desenvolvimento, até que os excessos de cuidados sejam dispensáveis e, por inteiro, sua personalidade esteja madura e segura. Não suponha precipitadamente, entretanto, que já tenha chegado a esse nível. Ninguém na Terra chegou. Quem não nota sua criancinha aterrorizada, no mais fundo de si, está talvez possuído por ela, ou, no mínimo, reprimindo parte de sua vitalidade e alegria de viver.
Se anda amedrontado e estressado, infeliz ou ansioso, provavelmente, uma criança ignorada segue dentro de você, esperando-lhe atenção e afeto, para que cresça e lhe agracie com vida nova, cheia de esperança e felicidade.
Demétrius.
(Texto recebido pelo médium Benjamin Teixeira, em 25 de julho de 2001.)
