Seres humanos, na atual fase evolutiva em que a civilização terrena, em média, se encontra, são criaturas sexuadas.
Vínculos eróticos envolvem sentimentos, geram impactos psicológicos, positivos ou negativos, e criam carma, como débitos ou créditos.
Por isso, todo cuidado é respeitável nos relacionamentos interpessoais, a ponto de mesmo pais(mães) e filhos(as) deverem manter pudor quanto aos aspectos de fisicidade do laço que entretecem.
É assim, por exemplo, que filhos(as) adultos(as) podem se sentir à vontade para abraços carinhosos com as figuras parentais de ambos os gêneros, mas esses toques, beijos ou carícias nunca terão semelhança com os que vivenciam com seus respectivos cônjuges ou quaisquer pessoas com quem partilhem intimidade sexual.
Por raciocínio idêntico, compreensível e devido que, de acordo com o perfil psicológico e moral de cada um(a), os cumprimentos e todo o modo de agir com outros indivíduos sexualmente amadurecidos, fora da parentela biológica, sejam, com muito mais razão, por não haver o freio instintivo e cultural ao incesto, impregnados de critérios ético-morais que jamais mereceriam a alcunha de conservadores ou preconceituosos.
Muito pelo contrário, a base da atitude de recato, de distância física relativa, de escrúpulo na forma de falar, olhar ou sorrir para alguém indica respeito ao sentimento e à dignidade de terceiros, exatamente o inverso do que posturas tradicionalistas e discriminatórias promovem.
Atentem-se, filhos(as) amados(as), aos filtros de sinalizações da consciência e do coração, da legítima espiritualidade.
Amar, em suas expressões fundamentais, implica cuidar, nutrir, fomentar o desenvolvimento, a paz, a realização e a felicidade do ente amado e de si próprio(a).
As mais profundas, duradouras e autênticas manifestações de afeto são aquelas em que predominam afinidades ou intenção sincera e desinteressada de fazer o bem ao semelhante.
Eis por que, em sua esmagadora maioria, os(as) integrantes dessa humanidade planetária encontram entre seus principais amores – admitam isso para si ou não – pessoas com quem não têm, não tiveram nem nunca terão, no espaço de suas reencarnações, qualquer traço de encantamento erótico-sexual.
Perceber isso, com clareza, é libertar-se de uma gama ingente de conflitos, frustrações e motivos de desesperação de todo evitáveis.
Nessa cultura de hipervalorização da beleza, da juventude, da magreza e da atratividade sexual, conceda-se o especial presente de um choque de realidade: de reconhecer que o culto ao corpo físico, com cirurgias plásticas generalizadas, dietas rigorosas, cuidados estéticos exacerbados e frequência fanática a academias de musculação, quase sempre debaixo do falacioso disfarce de preocupação com a saúde, não passa de uma hipnose perigosa que defenestra vidas inteiras, consumindo-as em angústias e desilusões sucessivas, quando não contínuas, com a perda, em proporções imensuráveis, das mais preciosas oportunidades de a alma humana se realizar e ser realmente feliz.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, Estados Unidos
13 de abril de 2023