Benjamin Teixeira
pelo espírito Anacleto.
Qual o motivo da crise da Vaca Louca?
O Brasil despontou no cenário das nações como um poderio respeitável e que ameaça interesses constituídos. Nem sempre a defesa desses interesses se dá da forma mais elegante e ética.
A atitude de insubmissão brasileira está correta?
Indubitavelmente. Ser pacífico não significa ser passivo. Ser bom não implica ser complacente com a maldade alheia. Não se defender seria irresponsabilidade para com os patrimônios sob a guarda brasileira, por desígnio divino, bem como conivência com os posicionamentos arbitrários de outras nações, estimulando tais atitudes desestabilizantes no concerto internacional, o que seria negativo para a humanidade inteira.
Alguma coisa poderia ser sugerida aos nossos governantes?
Esse é um assunto que compete a eles. Não está na nossa alçada interferir. Que cada um ouça sua consciência e os princípios de razão, lógica, bom senso, além de buscar a funcionalidade em todas as iniciativas, experimentando tudo que pareça ético e justo, ainda que despontem como necessárias medidas mais radicais ou draconianas, se a teimosia do lado oposto exigir.
O que o cidadão comum pode tirar como lição desse imbróglio internacional?
Que muitas vezes a adversidade gratuita que surge quando se começa a dar certo, não é nem um pouco gratuita.
Quando um poder está constituído em bases sólidas, é respeitado. Todavia, quando um vetor faz ensaios de subida, é atacado por todos os lados, por todos que se sentem ameaçados com a força alheia, por se sentirem inseguros quanto à própria. Às vezes, portanto, as coisas parecem dar errado justamente porque estão dando certo. É um paradoxo curioso que chama a atenção para o fato de que não se deve desanimar quando surgem fortes obstáculos entre o ser humano e seu objetivo.
Muita gente se sente maltratada injustamente pela sorte, e se lamenta, em voz alta: Mas logo quando tudo estava indo tão bem… Que corrija sua ótica e se recorde que disse Jesus que um dos sinais do verdadeiro profeta é ser atacado injustamente. Ou, em outras palavras, traduzindo a metáfora para o caso em foco, quando se está sendo profeta da própria consciência, alinhado com a vontade de Deus para si – o progresso contínuo – desperta-se a animosidade dos vetores contrários à evolução, que, de fato, fazem todo o barulho que podem para impedir a ascensão do ousado aprendiz da Vida. Um esforço, em última análise, considerando-se longos prazos, completamente vão.
(Diálogo entabulado no dia 21 de fevereiro de 2001.)