Benjamin Teixeira
pelo espírito Gustavo Henrique.
“Quase todos os desequilíbrios do mundo se originam da intemperança naqueles que aprenderam alguma coisa.”
Emmanuel (através do médium Chico Xavier),
em “Vinha de Luz”, capítulo 112.
Já ouviste falar em caridade da omissão da verdade, quando alguma informação imprópria ou inoportuna poderia chegar a ouvidos “errados”? Tomaste nota, em alguma ocasião, do dito: “usou o conhecimento com sabedoria”, em alusão a alguém que logrou extrair excelentes resultados humanos e espirituais de uma informação meramente técnica?
Pois é, companheiro(a); raras criaturas, entretanto, lamentavelmente, agem deste modo judicioso, investindo a quota de conhecimento que possui a bem de causas ou ideais coletivos. Muito pelo contrário: o conhecimento tende a deslumbrar, como todas as demais ferramentas de poder, quais a beleza, a riqueza ou o poder público propriamente dito, podendo levar a criatura – desavisada do grave equívoco espiritual em que incorre – a tudo aplicar em função de atender a interesses mesquinhos do ego e do maquinário orgânico que utiliza, provisoriamente, no transcurso da reencarnação.
Por outro lado, mister destacar um dado desconfortável para até muitos de nossos(as) leitores(as) – talvez você seja um(a) –, entre os que se dizem inacessíveis a certas tentações neste particular, mostrando-se assaz indignados com o mau uso que se faz do poder em situações as mais diversas: provavelmente revelam, no excesso de empolgação desta crítica, a mesma inclinação viciosa, de que, normalmente, não têm muita consciência (por isso mesmo, a fúria projetada em terceiros).
Aplica, amigo(a), a informação que te chega, em forma de instrução acadêmica, treinamento técnico, capacitação profissional ou mesmo introvisões de ordem espiritual, a benefício do bem comum, fazendo de teu ofício remunerado ou função social um serviço prestado à humanidade, e não apenas um meio de sobrevivência de teu corpo e tua prole.
Dignifica-te neste departamento fundamental da existência, pois que não só compomos a espécie “homo sapiens” – ou seja: o saber é o apanágio fundamental a nos tipificar a natureza –, como adentramos a Era do Conhecimento (*1), em que tal campo basilar do pensar e agir humanos tem sua importância ainda mais exalçada.
Será pelo sentido e finalidade que conferirmos ao uso dos dados que nos chegam – desde um comentário desairoso sobre a vida alheia (que ouvimos involuntariamente) a “insights” revolucionários de grandes sumidades do saber – que nos qualificaremos como seres humanos, revelando a procedência de nossas almas e, fatalmente, a sua destinação (*2).
(Texto recebido em 29 de janeiro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)
(*1) Inúmeros pensadores têm assim denominado nossa era civilizacional, a partir, tudo indica, de iniciativa de Peter Drucker.
(*2) O autor espiritual faz alusão ao nível evolutivo que cada um ostenta, bem como à faixa de consciência ou plano de existência que habitava antes de reencarnar, e para onde retornará após o decesso carnal (embora se possa, obviamente, pelo mesmo fator da evolução, mudar de “morada” após o desencarne).
(Notas do Médium)