Médium: Benjamin Teixeira.

Sentindo-se a um passo de soçobrar, lembre-se de Jesus, no lado de Genesaré, acalmando os elementos em torvelinho da tempestade ameaçadora.
Por mais difícil seja sua situação agora, Jesus sabe, Jesus vê. E, pondo nas mãos d’Ele o problema que o aflige, siga, feliz, para as paragens mais calmas, por Ele indicadas.
Tudo passa. Só o bem permanece. Ainda não estamos numa época em que o bem prevaleça. Pequena vantagem para o mal ainda caracteriza a humanidade terrícola de hoje, apesar dos enormes progressos sociais e humanos dos últimos decênios. Ainda se vive, assim, sob o regímen de alerta para os seguidores da Verdade. O “vigiai e orai” de Nosso Senhor Jesus é válido, como nos primeiros dias do Cristianismo. Apenas, agora, deve-se precatar contra os próprios impulsos de auto-sabotagem e não apenas contra os agentes de boicote do mundo exterior.

Irmã Brígida.

Por mais amaros os instantes que ora vivas, recorda-te do Mestre e segue, em paz. Os eleitos são aqueles que, auto-eleitos, exalçam-se à cruz do martírio, em direção à Ressurreição. E esta cruz é o conflito, a contradição de forças, que conduz, todavia, paradoxalmente, à transcendência. Suporta, agora, valorosamente, a tensão dos contrários. Logo estarás em paz, e realizado, na conquista do novo padrão de consciência que te assinalará a alma, em breve.

Eustáquio.

A crise é a grande antecâmara da felicidade, já que nela são retemperados elementos constitutivos da psique, em novos e mais complexos arranjos. Espere que a tormenta passe, operante e reflexivo. Não há que perder, quando se está fiel à própria consciência. Cuidado, por outro lado, para não superdimensionar as dificuldades, agravando dores desnecessariamente – vício muito comum à criatura humana, quando exposta a estímulos negativos. Seja lúcido, realista, prático, mas, acima de tudo, devotado ao seu ideal. E, cedo ou tarde, tudo se resolverá, provavelmente de forma melhor do que espera agora.

Eugênia.

Deixe de “frescura” quando se vir sofrendo. Você é uma criança ou um adulto? Ficar choramingando e se portando como vítima só vai piorar a situação: você estará renunciando ao seu poder pessoal de resolver o problema, e ainda estará abrindo guarda para dificuldades maiores. Levante-se, assim, e pare com essa carinha de “pobre coitado”: não há coitados no mundo – só estudantes; alguns, porém, preguiçosos e desatentos; e outros aplicados e espertos.

Roberto.

Quer uma sugestão prática para o seu problema? Vou falar uma obviedade ululante, negligenciada, entretanto, com enorme freqüência: foque as soluções. Quais resultados pretende atingir? Como administrar a crise? Quais os recursos atualmente à disposição? O que não se pode fazer agora? É estratégico adiar o quê; e, por outro lado, o quê não se pode procrastinar? Quais são seus objetivos? O que é essencial, o que é urgente, o que é prioritário? (Três coisas completamente distintas) Está perdendo tempo com urgências, apagando incêndios, e descurando-se do fundamental? Aproveite, deste modo, o momento da turbulência, para checar todos os “comandos de bordo”, avaliando se está no caminho certo, se está caminhando do modo certo, e com as companhias e os recursos apropriados aos fins em vista.

Temístocles.

A verdade é uma só, em todo tempo e lugar. Cuidado para não distorcer as percepções, agora, com a emotividade e a vulnerabilidade excessivas dos instantes de crise. Se não estiver seguro do que fazer, melhor esperar pelo assentamento da poeira, para que possa deliberar melhor quanto ao rumo a tomar, com a visão completa e clara do panorama.

Anacleto.

Nunca permita que a agitação o perturbe. Pense que maturidade psicológica está sempre assentada na capacidade de ponderar, de modo isento e desapaixonado, mesmo ante as mais difíceis adversidades. Você vai vencer, se souber perseverar no seguimento de sua consciência e de seu ideal, porque, como disse Jesus, “aquele que perseverar até o fim, será salvo”. Mas a vitória não se faz com uma batalha, e sim com a guerra inteira. Despreocupe-se, por isso, de resultados imediatos. Pense a longo prazo, e agirá mais sensatamente.

Gustavo Henrique.

A psique tem complexidades inacessíveis à mente consciente. Somente no estudo criterioso dos indicativos de seu conteúdo, que vêm à tona, através da linguagem simbólica de sonhos, fantasias, devaneios, atos falhos e lapsos lingüísticos, bem como no delírio emocional das projeções da sombra psicológica pode-se ter uma noção mais próxima da totalidade da própria consciência. Assim, nos momentos de crise, todos os elementos negligenciados afloram, pedindo atenção, na eclosão típica às repressões longamente mantidas, ou seja: de forma desordenada, intensa, destrutiva, caricatural, demonizada. Em vista disso, não se impressione com o vulcão íntimo das emoções, nem com a tempestade externa das circunstâncias, porque, seja o que vem de dentro, como emoção e intuição, seja o quem de fora, como sinal ou sincronicidade, auxilia-o a integrar sua mente, e fazê-lo mais forte, mais sereno e mais feliz.
Dr. Demétrius.

(Assembléia constituída no dia 10 de outubro de 2004.)