Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.
Sim, vivemos a era da velocidade. Vence quem chega à frente, adapta-se mais rápido, atende às premências da cultura, do mercado e das próprias necessidades, com habilidade e eficiência. Mas importante teçamos algumas considerações a respeito desse tema de capital importância.
A presteza nada tem a ver com pressa. A pressa pode indicar, tão-somente, agitação, turbilhão íntimo, histeria, desequilíbrio de forças, má administração de recursos.
Estudiosos do cérebro humano já correlacionaram diretamente estados criativos e os de fácil aprendizado com baixas ciclagens das ondas cerebrais, de onde se pode inferir claramente que fazer força e ser ligeiro não necessariamente implica ser dinâmico, criativo e, principalmente: eficaz.
Revelam, também, esses pesquisadores das neurociências, que trabalhar insone reduz em pelo menos 30% o rendimento e a qualidade do que se faz. Estudar-se sem boas horas de sono (sendo mais clara: seis horas no mínimo) constitui uma quase perda de tempo e uma consunção estéril: o cérebro, sem essa quota mínima de repouso, não tem tempo para transferir os registros mnemônicos do hipocampo, onde são arquivados provisoriamente os novos conhecimentos, para o neo-córtex, onde figurarão como registros permanentes.
Quanto mais tenso estiver, quanto menos tempo tiver, quando mais assoberbado de atividades, compromissos e necessidades estiver, respire fundo, medite, ore, busque o seu centro, a serenidade e o autocontrole. Será assim que usufruirá melhores recursos para solucionar problemas complexos e intuir saídas originais, para os desafios e dificuldades que enfrente.
Não turbeis o vosso coração, disse o Mestre, porque preparei para vós um Lugar ao lado de meu Pai. Não vos preocupeis com o dia de amanhã – asseverou também o Senhor – se às aves do Céu Deus cuida e ao feno do campo Deus veste, quanto mais a vós, homens de pouca fé.
Reflitamos um pouco nas palavras do Messias e entendamos que ser moderno é, antes de tudo, ser pleno, ser múltiplo, ser integrado. E ninguém o será, sem respeitar os próprios biorritmos, sem estar alinhado com o próprio núcleo de consciência e vontade, já que o futuro é daqueles que se possuem e não que possuem a pressa. O tempo é mágico, quando se tem o domínio de si; e é trágico, quando se é por ele escravizado.
(Texto recebido em 2 de junho de 2001.)