Equipe do Instituto Salto Quântico – Benjamin, hoje são celebrados 33 anos de sua relação, na presente existência física, com o Espírito Eugênia-Aspásia. Você teria algo em especial a destacar nesta data, que representa o marco zero de nossa Instituição?
Benjamin Teixeira de Aguiar – Sim: o horror da pandemia, com seu epicentro no Brasil, e o pandemônio de diversas problemáticas coletivas correlatas, que ainda só se agravam em solo brasileiro. É muito triste acompanhar tudo isso, à distância. Eugênia-Aspásia havia dito, em 2018, que o país adentrava uma crise tão grave, que o núcleo geratriz de nossa Organização-Movimento talvez precisasse migrar para os Estados Unidos. Fui resistente, a princípio, embora tenha permanecido na região metropolitana de Nova York por cinco meses ininterruptos, no período 2018-2019, até que os(as) Mestres(as) Espirituais (incluindo Eugênia), que sempre respeitam nosso livre-arbítrio, acataram minha experimentação de retornar ao Brasil, o que fiz em março de 2019.
No início do ano passado, entretanto, logo após a declaração da pandemia pela OMS, quando já me encontrava nos EUA há um mês, Ela e Seus(Suas) Amigos(as) do Plano Sublime de Vida foram além e disseram-me que não se tratava de fixar o eixo de nossa Casa-Causa tão só em terras norte-americanas, mas na “Nova Roma” (como Ela costuma denominar, simbolicamente, Nova York, fazendo referência à Roma Antiga), por considerarem essa localização mais compatível com a dimensão global de nosso trabalho, presente em 192 países, levando em conta, outrossim, a proximidade da sede mundial da ONU, de cujo Conselho Econômico e Social (ECOSOC) somos órgão consultivo, desde 2018.
EISQ – Quando acontecerá essa transferência?
BTA – A transição já está acontecendo. Apenas é operacionalmente complexa, inclusive porque pretendermos estabelecer uma nova sede que seja definitiva. A edificação que nos aportará terá acoplado à nossa residência o estúdio de onde transmitiremos as 4 palestras que proferimos semanalmente (3 delas exclusivas a um público menor e mais íntimo), de modo semelhante ao que já vivenciamos agora, em morada provisória oferecida por um casal de grandes amigos-irmãos, em Connecticut. Mas cremos, minha equipe e eu, que até o final deste semestre estaremos no “Empire State” – epíteto do Estado de Nova York.
EISQ – O que mais o marcou nestes 33 anos?
BTA – Os fenômenos extraordinários que circundam a Obra de Eugênia-Aspásia e de Quem Ela representa, fenômenos esses que estão (em sua parte publicável) elencados na categoria “Endossos Divinos” de nosso site (www.mariacristo.com.br/endossos). Por mais que admire a nobreza e a sabedoria d’Aquela que foi Aspásia de Mileto e de Seus(Suas) Companheiros(as) da Espiritualidade Maior, sempre me restaria a dúvida em torno da subjetividade de minha própria opinião, humana e falível, como de qualquer outra pessoa. E nós, seres humanos, temos a inclinação (por mecanismos psicológicos de defesa do ego) a pressupor estarmos com a razão no que pensamos.
Autoridades do Domínio Excelso de Consciência, no entanto, para chancelarem, inequivocamente, a procedência e o valor do Discurso que Ela canaliza, providenciaram um conjunto de ocorrências prodigiosas, concentradas em um só lugar, com um grupo pequeno de colaboradores(as) que mais diretamente me dão assistência, na Tarefa desdobrada por nossa Orientadora Espiritual, de tal forma que não temos como, sem renunciar à razão e ao bom senso, atribuir a outra fonte que não a Divina.
São acontecimentos que não podem ser forjados, por gosto ou vontade pessoais de quem quer que seja. Constituem uma Sinalização Celeste de que, realmente, o que Eugênia-Aspásia nos transmite deve ser ouvido com atenção e respeito especiais, porquanto a Própria Divindade assim o quer, assim indica, ao realizar esses estupendos fenômenos.
EISQ – O que você quer dizer por “parte publicável”? Por sinal, essa pergunta e sua respectiva resposta seriam publicáveis? (risos)
BTA – Lamentavelmente, não há motivo para risos – e digo-o sem responder com amargura, mas com trágica tristeza. Há quem imagine que passe impune a blasfêmia da oposição aos Empreendimentos do Céu, como se a morte, a enfermidade ou qualquer ordem de desgraça, na existência humana, escapassem à Autorização de Deus. Nada ocorre sem a Permissão Divina. É tudo que posso dizer sobre isso, é o que pode ser publicado.
EISQ – Desculpe controvertermos, mas essa afirmação, diante do público, não soa mal para a Causa?
BTA – Consiste numa graça especial. As pessoas sabem que não podem relaxar na vida acadêmica ou profissional, porque sofrem consequências. Ninguém ignora que os relacionamentos gerenciados com descaso tendem ao desgaste e à ruptura. Todo(a) cidadão(ã) adulto(a) está ciente de que infrações à lei vigente, em certa época e localidade, implicam penalidades. Existe, todavia, a fantasia moderna de que, ultrapassadas as últimas sombras do obscurantismo medieval, o assunto espiritual pode ser objeto de deboche, sarcasmo ou mesmo de ataque venal e aberto. Sim, pode ser alvo de tudo isso, mas a um preço correspondente à altura de Quem ou do Que é foco da ofensa.
O problema é que os(as) incautos(as) que assim procedem, em meio a essa cultura de desdém com o Sagrado, não fazem a relação de causa e efeito entre suas atitudes blasfemas e os eventos nefastos que, em graus e em naturezas variadas, eclodem em seu destino.
Cabe ressaltar que os resultados tenebrosos nem sempre são imediatos, alguns advindo meses ou anos depois dos atos afrontosos ao Poder Absoluto. Esses são os casos mais desastrosos, por se sujeitarem a uma espécie de acúmulo cármico que, a certa altura, desaba de maneira fulminante, devastando as existências dos(as) que foram sacrílegos(as), ainda quando se julgam “moralmente abalizados(as)”, seja por sua opinião pessoal ou pela de partidos religiosos de que façam parte.
Há tradições cristãs que, lamentavelmente, não passam de doutrinas diabólicas disfarçadas de agremiações espirituais do bem…
EISQ – Temos como identificá-las?
BTA – Facilmente. São contrárias a tudo que Nosso Senhor Jesus promoveu. Pregam o inverso do que Ele sugeriu fizessem Seus(Suas) verdadeiros(as) discípulos(as). Atacam minorias, de que o Mestre Supremo foi ardente defensor; primam pela hipocrisia religiosa, que tanto o Cristo-Verbo condenou; preocupam-se com questões secundárias de moral, como sexualidade e convenções, rigor doutrinário e seu poderio institucional, exatamente o que o Messias veio desmascarar. Dessarte, afastam-se justamente do essencial: a autenticidade na devoção e o espírito fraterno da inclusão de todos(as) no seio das sociedades.
O Ungido de Deus nos alertou previamente, porém, de que haveria “falsos cristos e falsos(as) profetas(isas)”. A mais antiga doutrina cristã converteu-se num estado (no concerto das nações do orbe), ao passo que várias outras se tornaram multinacionais de horrenda simonia, caracterizada emblematicamente pela pugna dantesca por manterem cultos presenciais lotados, em pleno período de crescimento colossal de infecções e óbitos pelo novo coronavírus.
De quebra, uma doutrina relativamente recente que quer parecer mais pura, incentivando a fuga ao dever, sob o pretexto de desapego aos bens materiais, incorre em crassa irresponsabilidade com as Coisas Celestes, ao induzir seus(suas) profitentes com vocação sacerdotal a colocarem suas carreiras profissionais e vidas mundanas em primeiro plano e reservarem apenas as horas vagas ou o período da aposentadoria para a dedicação ao que deveria ser sempre prioridade.
Nosso Mestre e Senhor Jesus lecionou o contrário: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça”. Há gente bem-intencionada e praticante do bem em todos esses ambientes religiosos e convencionais, mas campeiam, em contrapartida, muita maldade, cinismo, psicopatia e incoerência, favorecendo, por um lado, os delírios do fanatismo e, por outro, a “epidemia” de ateísmo que testemunhamos na atualidade.
EISQ – Mais algo gostaria de acrescentar?
BTA – Apenas que os indivíduos se preocupem menos em encenar aparências de santos e decentes e procurem mais seguir suas consciências, em sua conduta. Sem dúvida alguma, se aplicássemos esse princípio autenticamente cristão, teríamos um mundo melhor, em todos os sentidos. Em meio a tantas e tão graves crises simultâneas, em escala global, da climático-ambiental à político-econômica, incluindo a atual pandemia, que não vejamos nossa civilização se despedaçando, debaixo de nossos olhos atônitos… Não nos faltaram alertas, século sobre século, quanto ao que padecemos nos dias que correm.
A questão é que, como igualmente antecipou o Cristo da Verdade Divina, os(as) profetas(isas) genuínos(as) nunca são bem recebidos(as) em suas pátrias nem em suas famílias, o que podemos interpretar não só no sentido literal, mas também no de época e cultura de origem. Só depois de mortos(as), com o teste do tempo, costumam ser reverenciados(as) justamente aqueles(as) a quem as comunidades humanas não quiseram ouvir ou mesmo chegaram a silenciar, monstruosamente, qual ocorreu, no medonho Crime do Calvário, ao Próprio Cristo, crucificado ainda hoje, todos os dias, nas pessoas de Seus(Suas) legítimos(as) discípulos(as).
Pior para quem assim agir, contra a Divina Vontade. Deus não é “bonzinho”. Deus é Deus. Deus da vida e da morte, da alegria e da tragédia, permite que cada um(a) sofra o que faz por merecer, o que precisa experimentar para amadurecer, não importando se a criatura acredite ou não nessa indefectível Lei Espiritual de dor para a evolução, quando não há amor sincero para a redenção.
Benjamin Teixeira de Aguiar
e Equipe do Instituto Salto Quântico
Bethel, CT, região metropolitana de Nova York, EUA
7 de abril de 2021