Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Em meio a correio de ordem pessoal e outras instruções, fornecidas pela mentora espiritual, disse ela:

Minha próxima sugestão é de que abra exemplar de “O Livro dos Espíritos”, na questão setecentos e trinta e quatro, que lhe trará uma salutar reflexão, no que concerne aos princípios do poder, bem utilizados, de molde a propiciarem a felicidade, a sabedoria e a bem-aventurança daqueles que se candidatam à plenitude. Sugiro-lhe uma imediata imbricação com o quesito 6 do capítulo vinte e três de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, para que façamos uma reflexão mais ampla, mais complexa do assunto, subjetivo demais para caber em esquadros limitados de conceituação e análise.

Questão 734 de “O Livro dos Espíritos”:

“Em seu estado atual, o homem tem direito ilimitado de destruição sobre os animais?
Resposta: Esse direito é regulado pela necessidade de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso nunca foi um direito.”

Item 6, cap. XXIII, “Evangelho segundo o Espiritismo” (Lucas, 9:61-62):

“Disse-lhe ainda outro: Senhor, seguir-Te-ei; mas permite que, antes, me despeça dos que estão em casa. Mas Jesus lhe respondeu: Quem quer que, tendo posto a mão no arado, olhe para trás, não é apto para o Reino de Deus.”

O primeiro excerto proposto para reflexão sobre o poder, no seu aspecto externalizado, diz respeito ao quanto podemos fazer, em termos de extrair recursos do mundo externo – não pode haver abuso: eis o princípio. O segundo item sugerido refere-se ao poder no sentido internalizado, o poder que se deve ter sobre si – renúncia ao controle sobre a própria vida, de acordo com os ideais e proposições do Eu Superior, da consciência, da vocação: eis a diretriz mais apropriada. Quando jungirmos ambas as vertentes, num mesmo feixe de síntese ideológica ou comportamental, teremos a tradução mais acertada de uma diretriz completa para o ser humano, em todos os âmbitos de sua existência.

Quem vive em função de só retirar, do meio em que se acha inserido, o que lhe é, de fato, necessário – e este necessário condicionado ao arbítrio da própria supraconsciência –, terá, indubitavelmente, as balizas mais justas, que impedem se extrapolem os próprios direitos, preservando-se o território do que concerne a terceiros, como ainda garantirá elementos excelentes de inspiração e norteamento de sua conduta, em conformidade com finalidades superiores, aquelas que mais condizem – como acima o afirmamos – com a busca da excelência, da plenitude, da felicidade.

(Trechos de texto redigido e psicografado, respectivamente, em 27 e 28 de abril de 2008. Revisão de Delano Mothé.)