Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
“Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; mas todo aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno.” Jesus falava assim, porque haviam dito: “Ele tem um espírito imundo”.
(Marcos, 3:28-30)
Veja esta história que tive o constrangimento de acompanhar.
Merlinda era devotada freira católica. Fascinante, encantava a todos que privavam de seu contato, por sempre manar alegria e amor verdadeiros de sua alma de crente sincera, além de facilmente ofertar solução prática para problemas complexos dos que a procuravam, para a prática do desabafo e do pedido de orientação que comumente são feitos com a pessoa de religiosos.
Certo dia, um rapaz que enfrentava severa crise existencial e afetiva procurou-a para conversar. E, logo após os primeiros contatos, carente e desnorteado como estava, deixou-se cair apaixonado. Declarou-se à “irmã de caridade”, dizendo-se disposto a sacrificar tudo para estar a seu lado.
A namorada do jovem estróina acompanhou uma conversa deste teor, por telefone, entre a religiosa e seu afeto, e se enfureceu, resolvendo-se por divulgar o evento, em tintas difamatórias, num grande dramalhão de vítima. Assim, em vez de apresentar a verdade, falseou-a criminosamente, e, ao reverso de dizer que seu namorado confundira os próprios sentimentos, aturdindo a moça religiosa, saiu a dizer por toda parte que a freira “descarada” abordara seu namorado.
Não querendo admitir que o problema estava nela e no relacionamento, preferiu culpar a mão cristã que se estendera a socorrer, quando solicitada.
É sempre mais fácil condenar que despertar.
Como as aparências enganam, principalmente para quem não quer ver a verdade! E, mais ainda, como a realidade está longe de ser o que é dita, pela boca da maldade e da leviandade dos ímpios!…
Uma Mão de Justiça, todavia, sempre pesa sobre a alma e o destino dos perversos, sobremaneira quando perseguem os que se dedicam a consolar seus irmãos em humanidade. A injustiça e a ingratidão, nestes casos, toma a feição de um “crime imperdoável”, como fala Jesus, no Evangelho de Marcos, sobre os que condenam como maus os que praticam o bem – tanto mais grave este crime quando as pessoas atacadas injustamente não são santas propriamente, mas, ainda assim, a despeito de serem portadoras de limitações humanas, empenham-se heroicamente por fazer o melhor pelo seu próximo, merecendo apoio e não ataques.
Ai destes incautos irresponsáveis, porque, com o peso gigantesco do carma que acumulam sobre si, atrapalhando as realizações divinas e seus canais no mundo, com seu egoísmo e capricho humanos, hora chegará em que amaldiçoarão o dia em que nasceram.
(Texto recebido em 3 de dezembro de 2004.)
